O reforço da equipa de médicos generalistas e especialistas da Urgência Geral do hospital de Leiria e o aumento do valor a pagar aos profissionais são duas das medidas anunciadas pelo Centro Hospitalar de Leiria (CHL) para “resolver as dificuldades sentidas” no serviço.
A administração hospitalar explica em comunicado ter reforçado a equipa constituída por dez médicos generalistas do SUG e outros profissionais contratados por uma empresa externa, com “um médico por turno”.
Entretanto, esta quarta-feira, face à “dificuldade assumida das empresas externas em contratar médicos generalistas para o Serviço de Urgência Geral (SUG)”, deliberou aumentar o valor a pagar aos profissionais contratados diretamente pelo CHL ou às empresas externas. “Os valores até agora praticados estavam em linha com o mercado, agora ficam acima do mercado”, destaca a nota enviada esta noite às redações.
A unidade hospitalar vai ainda reforçar a escala de Medicina Interna de apoio ao SUG no Hospital de Santo André (HSA), tendo em conta “o cansaço manifestado pelos internistas, cirurgiões e ortopedistas” afetos às urgências, e majorar o valor hora a pagar aos especialistas “contratados em regime de prestação de serviços, diretamente pelo CHL ou através de empresas externas” para integrar a escala.
Com efeito desde segunda-feira para vigorarem até 31 de dezembro.
O CHL estima em 332 a média diária de utentes que recorreram às urgências do HSA durante o mês de agosto, incluindo a Área para Doentes com suspeita de Infeção Respiratória (ADR-SU).
A administração do hospital atribui “este excesso de procura” à “falta de resposta dos centros de saúde da região” e ao “aumento do número de casos Covid-19 na área de influência do CHL”, nomeadamente na área do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACeS PL), que “registou uma forte incidência de casos, superior à média da região Centro”.
O CHL adianta que continua a verificar-se “um número elevado de atendimentos com a cor verde e azul (de acordo com a Triagem de Manchester correspondem a doentes pouco urgentes e não urgentes), atingindo os 40% do número total de atendimentos”.
Salientando que “a ausência de alternativas para os utentes tem condicionado o funcionamento” da Urgência Geral do hospital de Leiria, o CHL explica que a esta situação se soma “a efetiva e conhecida situação de escassez de recursos humanos e, em particular, de pessoal médico”.
O CHL avisa que as medidas hoje anunciadas “só serão eficazes se a afluência às Urgências for moderada”, pelo que pede, mais uma vez, que os utentes se dirijam ao serviço “apenas em casos mesmo urgentes”.
“(…) Em caso de doença, o primeiro contacto deverá ser para a Linha SNS 24 – 808 24 24 24, que disponibiliza aconselhamento e encaminhamento em situação de doença e medicação”, reitera o CHL, que pede ainda aos utentes para que recorram aos cuidados de saúde primários.
Com Lusa