Quantos jornais será necessário vender para fazer face às necessidades das duas instituições que, este ano, beneficiam da campanha de solidariedade do REGIÃO DE LEIRIA?
“Temos de vender muitos jornais”, afirma Helena Vasconcelos, presidente da direção do ATLAS – People Like Us, uma organização não governamental para o desenvolvimento, comprometida com o desafio de erradicar a pobreza.
“Temos muitas necessidades mas só podemos ir à velocidade dos apoios”, refere por seu turno Fernando Venâncio, presidente da direção da Associação Portuguesa de AVC.
O resultado da campanha de solidariedade “Fazer o Bem Olhando a Quem” depende muito do esforço de quem a promove, mas depende mais ainda da comunidade, que é convidada a participar através da compra da edição desta semana do REGIÃO DE LEIRIA. Serão ainda realizadas ações pontuais na Batalha na segunda-feira, em Pombal na quinta-feira e em Porto de Mós na sexta-feira
E em quase 20 anos de campanha de solidariedade – este será o 19º – a comunidade tem-se mostrado extremamente solidária. Desde que foi criada, no ano 2000, a campanha já angariou um valor global superior a 130 mil euros que destinou a quase meia centena de instituições da região.
Este ano, o REGIÃO DE LEIRIA regressa às ruas, confiante no espírito solidário da população. A venda desta edição reverte na totalidade a favor da Associação Portuguesa de AVC e do ATLAS – People Like Us.
Além da venda em rua, o REGIÃO DE LEIRIA convida as empresas a adquirirem pacotes de jornais para oferecerem a clientes e colaboradores, e assim contribuírem também para esta causa. No caso das empresas, será não apenas a venda desta edição, mas também a de 20 de dezembro, que reverte a favor das duas instituições.
O ATLAS está comprometido com o desafio de erradicar a pobreza
“Não chega reclamar”
Para o ATLAS, o valor angariado destina-se à compra de material para poder dar início a um projeto de confeção de peça de design de moda com idosos das zonas de Leiria e Marinha Grande. Mas não só. Helena Vasconcelos adianta que o objetivo é ainda “ajudar o grupo missionário a obter água potável na missão e potenciar o programa “Mexe-te” para que chegue a mais escolas”.
O ATLAS foi criado em 2008 e a sua atividade reparte-se por três grandes áreas: projetos locais como o “Velhos Amigos”, que apoia cerca de 120 idosos em situação de carência ou isolamento; iniciativas de educação para o desenvolvimento, como o projeto “Mexe-te” que pretende sensibilizar os jovens para as questões do desenvolvimento humano sustentado e integrado; e ações de cooperação para o desenvolvimento como o Kamba Gungo, em Angola, e que tem por objetivo melhorar as condições de vidas e dos recursos de saúde aos serviço dos habitantes daquela região.
Com exceção deste último projeto, é nas zonas de Coimbra, Leiria, Marinha Grande e Pombal que o ATLAS concentra a sua atividade. Para isso conta com cerca de 300 voluntários desde profissionais de saúde e educação até estudantes e aposentados.
Para 2019, a associação tem a ambição de iniciar o apoio de fisioterapia ao domicílio, expandir o projeto “Velhos Amigos” a Lisboa e Figueira da Foz e arrancar com o projeto de confeção de roupa ao qual quer destinar parte do valor angariado com a campanha “Fazer o Bem Olhando a Quem”.
Por estes dias os voluntários da ATLAS vestem a pele de “ardinas” e, ao lado da equipa do REGIÃO DE LEIRIA e de algumas personalidades convidadas pelo jornal, vão estar na rua a vender esta edição e a passar esta mensagem: “Se queremos mudar coisas temos de por mãos à obra. Não chega reclamar. Como cidadãos podemos sempre ajudar, e a melhor maneira de ajudar é envolver-se”, sublinha Helena Vasconcelos.
Nas quatro cidades onde tem atividade – Coimbra, Leiria, Marinha Grande e Pombal – o ATLAS conta com 300 voluntários. São profissionais de várias áreas desde a educação à saúde, mas também estudantes e aposentados.
APAVC quer reduzir a taxa de mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas que acompanha
Trabalho social “de elevadíssima importância”
O projeto da Associação Portuguesa de AVC teve início em 1998, mas formalmente só foi constituído em 2013. Hoje é uma IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social que desenvolve um trabalho social de “elevadíssima importância”, refere Fernando Venâncio, sustentando que a associação está “de alguma forma a contribuir para a redução da taxa de mortalidade e melhorar a qualidade de vida” das pessoas que acompanha.
Na prática, o trabalho da APAVC no domínio da prevenção dos fatores de risco cardiovasculares reparte-se por quatro áreas: prevenção primária e secundária do acidente vascular cerebral, educação e investigação. Para isso, a associação conta com 211 voluntários, a maior parte enfermeiros e médicos, mas também farmacêuticos, psicólogos, assistentes sociais, entre profissionais de muitas outras áreas. A atividade é intensa. Em 2018, realizaram 57 rastreios e acompanharam 2.670 utentes.
Promoveram 135 formações no domínio da educação para a saúde dirigidas a 2.044 pessoas. Neste domínio, Fernando Venâncio destaca as ações desenvolvidas, ao longo de todo o ano letivo, na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, no serviço de Finanças de Leiria e no Centro Distrital de Segurança Social. Em curso estão, neste momento, ações nas Escolas Secundárias Domingos Sequeira e Afonso Lopes Vieira.
A APAVC tem sede em Leiria e delegações em Batalha, Pombal, Ourém, Figueira da Foz, Odivelas, Vagos e Fundão. Entre as prioridades da associação está a abertura de delegações em Lisboa e Porto.
Já quanto à verba angariada com a campanha do REGIÃO DE LEIRIA, o destino será a aquisição de material de diagnóstico da glicemia e colesterol. Fernando Venâncio adianta ainda que há outras áreas a “resolver imediatamente” como a página de internet ou o mobiliário para equipar o gabinete médico na sede.
Durante esta campanha, que conta com a participação ativa dos membros da associação, a mensagem será “ajudem-nos a ajudar”, refere o presidente da direção. Revela ainda que, à comunidade em geral, gostava de dizer que “é gratificante ajudar” e deixa a todos o convite para “fazerem esta experiência social”. “Nunca mais irão deixar de apoiar”, garante.
Na Associação Portuguesa de AVC, são 211 os voluntários que trabalham em prol da prevenção dos fatores de risco cardiovasculares. Provenientes de diferentes áreas profissionais, prevalecem, no entanto, enfermeiros, médicos, auxiliares de saúde e farmacêuticos.