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Sociedade

Localidade de Óbidos evacuada devido a incêndio em Ourém

Os meios no terreno foram reforçados, estando o fogo a ser combatido por quase 300 operacionais.

Durante a tarde, o fumo era avistado a vários quilómetros de distância

O incêndio que lavra com “bastante intensidade” na zona de Ourém, no distrito de Santarém, obrigou à evacuação da localidade de Óbidos, na freguesia de Gondemaria e Olival, disse hoje à Lusa fonte da Proteção Civil.

Em declarações à Lusa, fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Médio Tejo, disse que o fogo tem uma frente ativa, que se dirige para a localidade de Óbidos.

“Neste momento, não há casa em perigo, mas a localidade de Óbidos foi evacuada por precaução”, adiantou.

A mesma fonte referiu ainda que o fogo está a lavrar com “bastante intensidade”, tendo sido mobilizados mais meios para o local.

“Neste momento, estamos a aguardar a chegada dos meios para poder começar a combater as chamas e extinguir o incêndio”, disse.

O incêndio, que deflagrou hoje cerca das 16h30 na zona de Casal Menino, na freguesia de Matas e Cercal, estava a ser combatido pelas 21h55 por 274 operacionais, apoiados por 80 veículos, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Governo pondera declarar situação de alerta

Entretanto o Governo admitiu estar a ponderar declarar situação de alerta devido ao elevado perigo de incêndios rurais nos próximos dias, em que se prevê um quadro meteorológico “complexo”.

“Da avaliação que temos vindo a fazer com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), adivinham-se dias, a partir de amanhã [segunda-feira], com um cenário meteorológico também complexo”, afirmou ao início da noite Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Proteção Civil, em conferência de imprensa na sede da ANEPC, em Carnaxide.

A secretária de Estado referiu que estão a ser feitas as últimas avaliações entre a ANEPC e o IPMA para que se tome uma decisão, “ainda durante o dia de hoje”, quanto à “possibilidade de emissão de uma declaração de situação de alerta em função da confirmação deste quadro meteorológico para os próximos dias”.

A governante explicou que a declaração de situação de alerta “é um instrumento excecional que deve ser usado, obviamente, sempre que adequado e sempre que a situação assim o determine”.

As previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para “temperaturas acima da média para esta altura do ano, dias muito quentes”, bem como “níveis de humidade relativa durante o dia muito baixos, inferior a 10% em grande parte do território nacional”, e o vento deverá manter-se no quadrante leste, sendo difícil de gerir no que toca aos incêndios rurais, indicou.

“A única região que, praticamente, sai imune deste quadro meteorológico é o Alto Minho, portanto vamos de facto enfrentar aqui dias difíceis”, declarou a responsável.

Após uma reunião na ANEPC para fazer um ponto de situação sobre os últimos dias e tentar perspetivar as próximas 48 horas, Patrícia Gaspar alertou que, com este quadro meteorológico, “todo o cuidado é pouco”, apelando a todos os cidadãos para que evitem ações de risco: “Qualquer pequena ignição pode, efetivamente, dar origem a uma ocorrência de enormes proporções, portanto é isto que nós temos que evitar”.

Por mais pronto que o dispositivo esteja, por mais meios que o dispositivo tenha, nós sabemos que há sempre um limite para tudo e, portanto, a chave do sucesso, sobretudo nestes dias, está mesmo no respeitar aquelas que são as determinações que decorrem da lei: a não utilização do fogo junto aos espaços rurais, a não utilização de maquinaria, tudo aquilo que possa provocar, objetivamente, uma ignição tem que ser evitado a todo o custo

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Proteção Civil

De acordo com o segundo comandante da ANEPC, Miguel Cruz, estão previstos “três, quatro dias de elevado perigo de incêndio” devido às condições meteorológicas.

Relativamente aos fogos ativos pelas 19h30 de hoje, o responsável da ANEPC realçou o incêndio em Odemira, distrito de Beja, em que se verificou um bombeiro ferido ligeiro, e outros dois que tiveram início durante a tarde em Loures, distrito de Lisboa, que obrigou ao corte da autoestrada A8, e em Ourém, distrito de Santarém.

Até às 19h30 de hoje, foram registadas “um total de 80 ocorrências, que empenharam, desde já, 1.742 operacionais”, ainda assim “um número inferior” ao verificado no sábado, apontou o segundo comandante da ANEPC, revelando ainda que predomina como região mais atingida a Área Metropolitano do Porto, com 15 ignições.

O incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde, na localidade de Carrascal, freguesia de Sarzedas, em Castelo Branco, e que progrediu para o concelho vizinho de Proença-a-Nova, “está estabilizado, portanto dominado”, mas mantinha pelas 19h30 de hoje “um efetivo bastante significativo para as ações de rescaldo necessárias em função da dimensão do seu perímetro”.

No sábado, a ANEPC registou “um total de 89 incêndios rurais”, que envolveram 3.644 operacionais, 998 veículos e 107 missões aéreas.

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