A Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Parque de Ciência e Tecnologia do Mar de Peniche decidiu lançar um concurso de 5,6 milhões de euros (ME) para construir um edifício destinado a incubar empresas ligadas à economia do mar.
“Perspetivamos claramente uma mudança de paradigma daquilo que tem a ver com a exploração dos recursos marinhos, baseada no conhecimento e na inovação, uma vez que este edifício servirá como interface entre a ciência, os empreendedores e o tecido económico já estabelecido”, afirmou o coordenador científico, Sérgio Leandro, à agência Lusa.
O SmartOcean Open Labs, cujo concurso público seguiu para publicação em Diário da República, vai não só “contribuir para a sustentabilidade dos recursos marítimos, mas também para criar todo um contexto de maior atratividade, quer de empresas, quer de investidores, e de retenção de competências nesta região”.
Com uma área de três mil metros quadrados, distribuída por dois pisos, o empreendimento terá capacidade para incubar mais de 20 empresas ‘startup’ nas áreas da aquacultura, biotecnologia e inovação alimentar, e prestar serviços de apoio às empresas na fase inicial de crescimento.
Com um prazo de execução de dois anos, o edifício vai ser construído dentro do Porto de Pesca de Peniche, ao lado do polo de investigação da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTTM) de Peniche, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL).
Será composto por espaços de acolhimento empresarial, adaptáveis às necessidades das empresas, escritórios, laboratórios de investigação e zonas de arrumos/áreas técnicas.
A infraestrutura vai constituir-se como catalisador de uma economia baseada na exploração sustentável dos recursos marinhos seja por via da atração de novas empresas, seja por via do desenvolvimento das quatro que já operam dentro do Parque de Ciência e Tecnologia.
Com o projeto, a área portuária tem vindo a ser transformada, modernizando setores tradicionais associados à pesca e à indústria de transformação de pescado e criando áreas emergentes, como a aquacultura, a biotecnologia, a inovação alimentar, o turismo costeiro e as tecnologias digitais, alicerçadas na inovação e no empreendedorismo.
“Queremos internacionalizar, mas também captar empresas, investimento para Peniche, disse Sérgio Leandro.
“O grande desafio é estabelecer parcerias nacionais e internacionais para dinamizar este parque, ciência e tecnologia e estamos já em contactos a nível internacional, que veem também no Smart Ocean algo muito interessante de ser replicado noutros territórios”, salientou.
O projeto pretende contribuir para a requalificação urbana da área portuária e para aumentar a empregabilidade.
“Temos aqui um duplo objetivo: criar condições para o aumento da empregabilidade dos nossos estudantes e aumentar a atratividade do próprio politécnico para a captação de novos estudantes, quer nacionais, quer internacionais”, afirmou o também diretor da ESTTM.
O investimento ascende a 6,2 ME e é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
A Associação Smart Ocean, constituída em 2017, tem como sócios o município de Peniche, a Docapesca, o IPL, o Biocant- Centro de Inovação em Biotecnologia de Cantanhede, a Associação Empresarial da Região de Leiria, a Associação para o Desenvolvimento de Peniche e a empresa norte-americana Pontos Aqua LLC.