Ao final da tarde desta quarta-feira, 20 de setembro, foi dado o primeiro passo para a construção das novas instalações do Comando Territorial da GNR de Leiria, que ocuparão o espaço das antigas instalações da Junta Autónoma de Estradas (JAE), junto à estrada da Figueira da Foz.
A Câmara de Leiria, o Ministério da Administração Interna (MAI), a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) e a própria GNR são as entidades envolvidas no protocolo, assinado no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que define as responsabilidades de cada uma das partes.
À autarquia caberá a cedência do espaço, as antigas instalações da JAE, enquanto que o SGMAI ficou responsável pelo desenvolvimento do projeto de execução da obra, que será desenhado com a colaboração da GNR.
Para Gonçalo Lopes, presidente da autarquia, o momento cumpre o objetivo de dotar as forças de segurança, mais concretamente a GNR, “de instalações à altura da importante missão que asseguram”.
“São os soldados da GNR que, em muitos casos, levam o bom dia aos munícipes que vivem em situação de maior isolamento e fragilidade, tratando-se de uma ação de valor inestimável”, sublinhou, reforçando que a história da presença desta autoridade militar no distrito de Leiria resume-se numa “crescente proximidade”.
O autarca considerou que “o bom cumprimento da missão” da GNR exige que “estejam dotados de meios adequados, não apenas porque merecem condições dignas de trabalho, mas igualmente porque tal contribui para uma maior eficiência no seu desempenho”
Na cerimónia, José Luís Carneiro, Ministro da Administração Interna, afirmou ter “uma grande expetativa” sobre o trabalho que agora se vai desenvolver em Leiria, destacando a “grande exigência” que o Município tem demonstrado junto do Governo.
“Este é um trabalho que será desenvolvido para que possamos, tão breve quanto possível, assumir um contrato de financiamento para esse mesmo investimento”, disse, após o qual deverá dar-se início à obra.
Segundo o governante, Portugal é “um dos países mais pacíficos e seguros do mundo”, estando em 7.º lugar a nível mundial e em 5.º na Europa, sendo esta uma “marca estrutural do país relevante para salvaguarda das liberdades, direitos e garantias dos cidadãos”.
José Luís Carneiro adiantou que está em curso um plano de investimentos plurianual, em vigor até 2026, e que prevê o investimento de 607 milhões de euros de investimento na modernização, requalificação e na melhoria de infraestruturas materiais, mas também tecnológicas.
O valor, que diz respeito a fundos nacionais e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é repartido em 250 a 300 milhões de euros para infraestruturas como esquadras, postos territoriais e destacamentos e 250 a 300 milhões de euros para a modernização tecnológica, como a rede SIRESP ou as câmaras de segurança que as forças de segurança passarão a utilizar.
“A segurança é tão importante como a saúde, damos pela falta dela quando não temos, quando somos surpreendidos com a falta dela, mesmo que momentaneamente”, considerou.
Por sua vez, Paulo Silvério, segundo-comandante geral da GNR, considerou que “a construção de novos quartéis representa uma significativa melhoria da qualidade do serviço prestado às populações”.
“As boas infraestruturas policiais, com condições mínimas para se assegurar a dignidade, privacidade, higiene e o conforto indispensável e a segurança para todos os que visitam os nossos quartéis e para aqueles que servem Portugal, muito dignificam o nosso país e contribuem de modo indelével para que nos mantenhamos como um destino seguro e de confiança”, reforçou.
O novo quartel vai albergar, além do Posto Territorial da GNR de Leiria, também todas as estruturas do Comando Territorial que tem como área de responsabilidade os 16 concelhos do distrito de Leiria, integrando o Comando do Estado Maior, os Destacamentos de Leiria, Pombal e Caldas da Rainha, bem como os Destacamentos de Trânsito e o de Intervenção.
“Trata-se de um espaço que permitirá efetuar, com mais eficiência, todo o planeamento e coordenação da atividade policial neste distrito”, afirmou Paulo Silvério.
De acordo com o segundo-comandante geral da GNR, nos primeiros oito meses do ano os militares do Comando Territorial de Leiria efetuaram a detenção de 1.400 cidadãos: 660 por condução sobre o efeito do álcool; 65 por tráfico de estupefacientes; 35 por violência doméstica; 34 por diversas tipologias de furtos; 2 por roubos em residências e 18 por crimes de incêndio florestal.
