“Queríamos um mercado como deve ser”. Emília Tomás vende peixe no mercado municipal da Marinha Grande, improvisado de forma provisória, junto à zona desportiva da cidade. Uma tenda, com estrutura metálica revestida com lona, serve de casa a quem às quartas, sextas e sábados tenta convencer os fregueses a rechear os sacos.
Cientes do improviso das instalações, os vendedores deixam, ainda assim, escapar incómodos. Se o frio marca os dias, lá dentro é uma certeza. Se o calor aperta, na tenda é ainda mais insistente.
“O peixe até se assa”, admite Emília Tomás. “Estou sempre a gastar gelo, pomos gelo e gasta-se”. No inverno, “passamos frio mas o peixe está bem, mas no verão é uma desgraça”, confessa. E se a ASAE fizer uma visita? “Trago peixe do melhor, mas se ralharem, ralhem com a Câmara, nós não temos a culpa”, acrescenta a vendedora da Praia da Vieira.
A Câmara, que se prepara para arrancar ainda este semestre com a construção de um novo mercado municipal num terreno anexo aos estaleiros municipais, está ciente dos riscos.
O próprio presidente da autarquia, Álvaro Pereira, já admitiu que uma visita mais zelosa da ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, pode implicar o encerramento do espaço. O próximo ano é anunciado como a data prevista das novas instalações.
Na tenda, suspira-se pela chegada. “Falam no início de 2013, vamos ver”, diz Judite Sapateiro, há mais de 30 anos a vender peixe no mercado.
Leia a notícia na íntegra na edição de 2 de março de 2012.
Carlos S. Almeida
carlos.almeida@regiaodeleiria.pt