Continua o desfile de arguidos, testemunhas e advogados no Tribunal de Leiria, que hoje recebe mais uma sessão do julgamento do caso Passerelle.
Este caso, entra no rol dos mega-processos: 24 arguidos (15 pessoas e nove sociedades) pronunciados por cerca de 1 200 crimes.
A lista de crimes de que são acusados envolve tráfico de pessoas, angariação de mão-de-obra ilegal, associação criminosa, auxílio à imigração ilegal, fraude fiscal e detenção de arma e acessórios proibidos.
O julgamento começou em Maio do ano passado, resultado de uma investigação do processo Passerelle, nome de uma cadeia de casas de “strip-tease”, que culminou em Janeiro de 2006 com a detenção do patrão da rede de estabelecimentos, Vítor Trindade, e de Alfredo Morais, ex-agente da PSP.
No despacho de acusação, que foi praticamente reproduzido pelo juiz de instrução criminal, o Ministério Público (MP) sustenta que Vítor Trindade e Alfredo Morais formularam um plano para criar estruturas comerciais que se dedicavam a fugir aos impostos, na ordem dos 25 milhões de euros.
O MP diz que o grupo tinha como finalidade “a exploração de actividades relacionadas com o sexo a realizar por mulheres, sobretudo estrangeiras, em estabelecimentos espalhados pelo país”.
A Alfredo Morais cabia também a responsabilidade de colocar à disposição dos mesmos estabelecimentos um serviço de segurança, lê-se na decisão do MP.
Em Tribunal, Vítor Trindade negou a existência de práticas sexuais nos seus bares, garantindo que se realizavam apenas espectáculos de “strip-tease”.
Por seu turno, o antigo agente da PSP Alfredo Morais rejeitou o envolvimento na gestão das casas de diversão nocturna de que era sócio, assegurando, contudo, que recebia a sua parte no final do mês.
Alfredo Morais desmentiu ainda a existência de seguranças nos estabelecimentos.
Na sessão de hoje, com início marcado para as 13h45, está prevista a audição de mais testemunhas de defesa.