A abertura de centros comerciais em Leiria pode ser uma oportunidade para o comércio tradicional da cidade. Esta foi uma das principais conclusões da conferência “Estratégia para um novo comércio”, que se realizou quinta-feira à noite.
A iniciativa do REGIÃO DE LEIRIA esgotou o Teatro Miguel Franco. Mais de 200 pessoas, a maioria comerciantes, marcaram presença no debate.
A criação de dois centros comerciais na cidade – o LeiriaShopping, que abre já no final deste mês, e o projecto para a actual rodoviária, recentemente aprovado em reunião de Câmara – marcou a discussão.
Apesar de representarem uma ameaça, as grandes superfícies podem ser usadas a favor dos pequenos comerciantes. “Vamos aproveitar que as pessoas vêm a Leiria e tentar trazê-las à cidade”, explicou Paulo Sousa, presidente da ACILIS.
“Um centro comercial é uma oportunidade para a cidade crescer e para o comércio de rua”, defendeu Hugo Fonseca, em representação da Sonae Sierra. Até porque o problema do comércio tradicional “não é a concorrência, mas sim a capacidade de atrair multidões”, acrescentou António Soares, responsável pelo projecto da rodoviária.
O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, lembrou que “o comércio dentro das cidade é imprescindível para a sua sobrevivência e competitividade”. Por isso é que o executivo aprovou o projecto para a rodoviária. “É um projecto âncora de atracção social”, justificou o autarca.
Mais polémica foi a intervenção de Paulo Bento. Para o professor, “o comércio tradicional tem os anos contados”. “Os centros comerciais são uma realidade incontornável e tenho pena que tenham chegado tão tarde a Leiria”, confessou.