Dois escritores da região estiveram no encontro Correntes d’Escritas, que decorreu na Póvoa do Varzim. O REGIÃO DE LEIRIA desafiou-os para fazerem o balanço do encontro numa “tag cloud”.
Paulo Kellerman e Paulo Moreiras escolheram palavras-chave que melhor descrevem o ambiente vivido no encontro de escritores ibéricos e alinharam-nas segundo a importância.
A “tag cloud” de Paulo Moreiras
Paulo Moreiras participou na mesa “Duvido, logo penso” e encheu o auditório de gargalhadas com exemplos da característica portuguesa de “gostar de dizer as coisas sem muitas vezes as nomear em concreto”, partilhando experiências da sua investigação para a escrita do romance “Os dias de Saturno”.
Convívio: A nota dominante ao longo dos dias.
Fraternidade: As correntes não são só d’escritas mas também de afectos.
Amizade: Aqui e ali conhecem-se pessoas e estabelecem-se laços de amizade que irão perdurar.
Organização: Perfeita como um relógio suíço, onde tudo funciona e nada falha.
Surpresa: Há sempre surpresas, seja entre os escritores, seja entre o magnífico público.
Maravilha: Um encontro desta natureza é uma maravilha que nos acalenta o coração.
Amabilidade: De a equipa que organiza e produz este encontro para com os escritores. Senti-me em casa e entre amigos.
Comunhão: As histórias que se contam, as anedotas do Onésimo.
Partilha: As angústias que se partilham, as alegrias, entre tantas outras.
Alegria: A boa disposição de todos era contagiante.
Festa: A festa não foi só da lietratura, mas também da música e da poesia e do tango.
Internacional: Estiveram presentes autores de países como Brasil, Moçambique, Cabo Verde, México, Colômbia, França, Espanha, Angola, Uruguai, Argentina e, claro, Portugal.
Intemporalidade: Durante aqueles dias é fácil perder a noção do tempo e há tempo para tudo.
Memória: Uma experiência inolvidável.
Paixão: Só uma grande paixão pelos livros e pela literatura possibilita um evento desta natureza.
A “tag cloud” de Paulo Kellerman
Falar sobre “Literatura: o esforço inédito das palavras” foi a “provocação” lançada a Paulo Kellerman. E o escritor, que lançou nas Correntes “Chega de fado”, defendeu que a literatura é a “arte da curiosidade, sobre o que somos, o que sentimos ou até sobre o que poderíamos ser e sentir”.
Palavra (o princípio de tudo)
Partilha (de histórias e sorrisos, de experiências e conversas, de risos, de emoções)
Mesas (tanta gente a falar, a debater; todos tão diferentes: mas a remar na mesma direcção)
Público (sempre presente, sempre atento, sempre desafiador, sempre interventivo; e cúmplice, muito cúmplice)
Descoberta (de amigos, de surpresas e emoções, de proximidades, de subtilezas)
Reflexão (vontade de ouvir, de pensar, de aprender)
Livros (lidos e discutidos, apresentados e elogiados, comprados, oferecidos)
Histórias (uma após outra após outra)
Correntes (de escritas e leituras, de amigos)
Organização (perto da perfeição, tão eficiente quanto cúmplice)