Uma exposição sobre a beata Jacinta Marto, que inclui uma madeixa do cabelo da pastorinha nunca antes apresentada ao público, é inaugurada hoje em Fátima, dia em que se assinala o centenário do seu nascimento.
A mostra “Jacinta Marto: candeia que Deus acendeu” está dividida em três núcleos. O primeiro está relacionado com a infância de Jacinta, umas das três crianças que a Igreja Católica reconheceu como videntes de Fátima, o segundo com a mensagem de Fátima e o último com o culto à beata.
O responsável pelo Departamento de Arte e Património do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte, explicou que a exposição contempla objetos do tempo das aparições da Virgem, em 1917,“nomeadamente de interrogatórios feitos aos videntes”, sendo ainda possível ver um terço, um lenço ou até o banco onde Jacinta Marto se sentava em casa.
“De algum modo, o visitante pode viver o ambiente de uma Fátima rural de 1916, 1917”, disse Marco Daniel Duarte, realçando, ainda, a inclusão na mostra, que vai estar patente na Igreja da Santíssima Trindade, de “algumas representações artísticas” de Jacinta e vários objetos que “os peregrinos deixam no santuário com a especificidade muito clara de serem para a beata”.
Para o responsável, a peça “mais bonita” e “mais interessante de toda a exposição” é “uma madeixa de cabelo da beata Jacinta que está guardada no santuário já há algumas décadas e vai ser, pela primeira vez, mostrada a público”.
Marco Daniel Duarte considerou que a mostra testemunha a “vivência de uma criança banal, como qualquer outra”.
Esta exposição, cuja inauguração está marcada para as 12:00, com a presença do bispo António Marto, de Leiria-Fátima, sucede a outra, realizada no ano passado, sobre o beato Francisco Marto, irmão de Jacinta, e que foi visitada por mais de 120 mil pessoas.
Jacinta Marto nasceu em Aljustrel a 11 de março de 1910. A sua vida, segundo um texto do Santuário de Fátima, “foi caracterizada pelo espírito de sacrifício, o amor ao Coração de Maria, ao Santo Padre e aos pecadores”.
Já no decreto de heroicidade das virtudes da vidente, promulgado pelo Papa João Paulo II, a beata é apontada como “modelo de humildade, mortificação e generosidade”.
A vidente adoeceu em dezembro de 1918 e morreu no Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, a 20 de fevereiro de 1920.
Em 1935, os restos morais de Jacinta foram trasladados do jazigo da família do Barão de Alvaiázere, em Vila Nova de Ourém, para o cemitério de Fátima, e, em 1951, transferidos para a basílica do santuário.
Há dez anos, a 13 de maio de 2000, Jacinta e Francisco Marto foram beatificados no Santuário de Fátima por João Paulo II.