O Colégio Luso-Internacional do Centro (CLIC), da Marinha Grande, vai lecionar a partir do próximo ano lectivo cinco línguas estrangeiras, incluindo o mandarim, disse à Lusa o seu administrador, justificando a decisão com a globalização.
“Estamos num mundo cada vez mais globalizado”, afirmou Nuno Faria, considerando que a “mobilidade” e a interação com culturas diferentes vão ser incrementadas, situação à qual o ensino tem de responder para que os alunos saibam comunicar.
A partir de setembro, o CLIC vai disponibilizar alguns dos idiomas mais falados no mundo, como o mandarim, o russo e o espanhol, além do português, inglês e francês, que já são obrigatórios no currículo escolar.
Nuno Faria fundamentou a escolha daquelas línguas porque são faladas em países que, no seu entender, vão “marcar” o progresso e o desenvolvimento do mundo no futuro.
O administrador do CLIC, colégio privado com 170 alunos do pré-escolar ao 12.º ano, adiantou que 20 estudantes estão inscritos em mandarim, grupo que tem programada uma visita de duas semanas à China em março de 2011.
Ainda no caso do mandarim, houve encarregados de educação de crianças que frequentam o pré-escolar que manifestaram interesse de que os filhos aprendessem a língua.
Nuno Faria explicou que os alunos vão poder optar no currículo por três idiomas estrangeiros, sendo que, na eventualidade de pretenderem estudar outras línguas, a escolha deve ser feita no âmbito das actividades extra-curriculares.
“Porque o mundo vai ser global, o aluno tem de ser capaz de atingir o sucesso em qualquer latitude ou longitude onde se encontre a trabalhar”, continuou, referindo que, embora ainda não haja inscrições para a aprendizagem de russo, o espanhol está a ter muita procura.
A disponibilização dos diversos idiomas é um dos pilares do projeto educativo “One school for the world” que o colégio vai apresentar ao final do dia de hoje, sexta feira, no decurso de um debate sobre o perfil de aluno que se quer em 2025.
O projeto inclui também como pilares “a educação de excelência”, de forma a criar profissionais “com princípios éticos e que dominem as línguas e as ciências”, e passa por “incutir nos estudantes aptidões como a criatividade, a confiança, a iniciativa e a capacidade de trabalhar em equipa”.
“No dia a dia da escola, há que passar valores do que está certo ou errado, valorizar o mérito e o trabalho e não a batota”, exemplificou, defendendo o investimento na educação e formação “como única forma de colocar Portugal no patamar dos países desenvolvidos”.
Segundo Nuno Faria, o projeto “One school for the world” do CLIC, onde se leciona em inglês em todos os níveis de ensino, passou por analisar a realidade e perspetivar o futuro numa “visão estratégica onde a formação e o ensino são fundamentais”.
“O aluno em 2025 tem que lidar muitíssimo bem com a mudança e com culturas diferentes”, considerou, defendendo que têm que ser “alunos globais com uma visão de 360 graus num mundo cada vez mais globalizado”.