A quarta campanha de escavações paleontológicas na jazida de Andrés, Pombal, que ontem terminou, colocou a descoberto novas potencialidades, disse o investigador Pedro Dantas, que considera o local como um dos “mais importantes da Europa Ocidental”.
“Eu arriscaria mesmo que a nível de biodiversidade é uma das jazidas mais importantes da Europa Ocidental na fatia temporal que corresponde ao jurássico superior”, afirmou Pedro Dantas, adiantando que o balanço da campanha, que juntou nove investigadores, portugueses e espanhóis, durante duas semanas, é “extremamente positivo”.
O paleontólogo explicou que “aparecem sempre elementos novos”, como “partes dos esqueletos de animais que aqui já tinham aparecido” ou “espécies novas que se vão gradualmente acrescentando ao rol daquelas que já foram assinaladas aqui”.
O investigador do Museu Nacional de História Natural (MNHN) adiantou que o objectivo da campanha foi “conhecer melhor as diversas formas de vida que existiam aqui”, há cerca de 141 a 153 milhões de anos.
Por outro lado, com “os fósseis extraídos desta campanha”, o objectivo passa por conseguir “um conhecimento mais apurado sobre as relações paleobiogeográficas entre as faunas da Europa Ocidental de então e da ‘Morrison formation’ dos Estados Unidos da América”.
Os milhares de peças recolhidos na jazida vão para o MNHN e, posteriormente, são canalizados para diversas instituições a que pertence a equipa que efetuou as escavações.
A jazida de Andrés, na freguesia de Santiago de Litém, foi descoberta em 1988 pelo proprietário do terreno quando se encontrava a fazer fundações para a construção de um armazém.
Depois de se deparar com fragmentos de ossos, comunicou o achado ao MNHN, que nesse ano mesmo ano realizou uma escavação, explicou a investigadora Elisabete Malafaia que apresentou sábado os resultados da última campanha num encontro com a população.
Seguiram-se mais duas campanhas de escavações em 2005, ano em que o MNHN anunciou a descoberta no local de ossos do dinossauro carnívoro Allossauros, que era então apenas conhecido nos Estados Unidos da América.
Nestas duas campanhas, além de ossos de outras espécies de dinossauros, foram também encontrados “fósseis de uma grande quantidade de outros animais”, adiantou Elisabete Malafaia, apontando um “exemplar de um peixe praticamente completo”.
Na mesma reunião, Pedro Dantas realçou o facto de em Andrés a biodiversidade preservada ser “anormal face àquilo que é expectável encontrar em jazidas fósseis”.
Aos populares, o paleontólogo referiu que “a jazida não está esgotada de maneira nenhuma”, acrescentando que nesta campanha começou a ser feito um “enquadramento geológico da região para ter uma ideia do limite da jazida”.
Francisco Ortega, paleontólogo da Faculdade de Ciências da Universidade Nacional de Educação à Distância de Madrid, destacou à Lusa três elementos “especialmente importantes” em Andrés.
“O Allosauros é o primeiro caso no mundo de uma espécie de dinossauros encontrada em dois continentes”, declarou, destacando, também, a “boa preservação dos restos ósseos que reflectem muito perfeitamente o animal original” em Andrés.
O investigador espanhol referiu ainda que o “elevado número de espécies representadas” na jazida é uma “boa janela” para conhecer a história da vida.
Zeca disse:
Afinal, á crise tem os dias contados. Com tanto material, anda vamos exportar para Angola. Comecem já a escavar antes que as medidas de austeridade entrem em funcionamente. Lá vai o Narciso Mota encomendar um gabinete dourado a exemplo das Arábias. Eu sabia que este País tinha de ser rico em qualquer coisa, mas ainda não se tinha chegado lá! Só espero que as pessoas não se matem entre si, levadas pela cobiça. Mas esperem lá, agora é que estou a ler que se trata de ossos!… Logo vi que a sorte já era muita! Lá vamos nós continuar a ser pobres!!! Ainda não foi desta!