É no Largo de Santo Estêvão, junto ao quartel da GNR, que mora muita da agitação estudantil deste tempo, em Leiria. Quem por ali passa, na rua de sentido único, em direcção ao Governo Civil ou à escola Domingos Sequeira, não suspeita do que esconde o antigo edifício do Magistério, que entre os anos 60 e 80 formou os professores do antigo ensino primário.
Há salas e mais salas, um pátio interior com jardim, e todo um espaço de fazer inveja ao mais aprumado arquitecto. Construído como convento, no século XVIII, o edifício está a um passo de se tornar num verdadeiro pólo de cultura e desporto, se os projectos da Federação Académica de Leiria (FAL) ganharem forma.
João Rodrigues, presidente daquele organismo fundado oficialmente em Novembro último, acredita que os projectos que a direcção apresentou à Câmara no final da semana passada vão ser acarinhados e dar nova vida ao edifício.
A criação de uma sala de ensaios “em condições” para que ali caibam Tunas, o grupo de Teatro e outros, bem como um ginásio para as diversas actividades desportivas é outra vertente.
João Rodrigues defende a aposta no desporto de manutenção, que viria juntar-se às modalidades federadas. O sucesso maior são as artes marciais, com títulos mundiais conquistados.
Mas antes de avançar para o edifício, a Federação quer concentrar-se nos estudantes. Foi por isso que propôs à Câmara um conjunto de medidas, que serão objecto de discussão na próxima reunião do executivo. Entre elas figuram novas soluções de mobilidade e transportes, com alargamento de horários; uma comissão especializada de
ensino superior no conselho Municipal de Educação, entre muitas outras.
João Rodrigues – que é ainda aluno da ESTG – cita como exemplo de organização a Federação Académica do Porto, embora em Leiria prefira uma réplica da sede da Associação Académica de Coimbra.
Kit “caloiro” e “finalista” para envolver estudantes e sociedade civil. A criação de um Kit para os caloiros e outro para os finalistas do ensino superior está entre as propostas da Federação Académica. João Rodrigues defende a entrega de um kit a quem chega, onde figure um cd-card com tudo o que a cidade dispõe, e outro a quem parte, que contenha informações sobre o mercado de trabalho, como ele é.