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Cultura

Dançar no Mosteiro da Batalha como no tempo de D. João I

No Claustro Real recorda-se este sábado como se divertia a corte do Mestre de Avis. Uma oportunidade para conhecer coreografias da Idade Média e aprender um pouco de História.

Associação Danças com História volta ao monumento onde se apresentou em 2022, durante o festival Artes à Vila Foto: Artes à Vila

A Idade Média não foi só guerra e pestes. Como em todos os períodos de crise e desesperança, houve também lugar ao entretenimento e à cultura – e é isso que a Associação Danças com História (ADH) vai mostrar no Claustro Real do Mosteiro da Batalha este sábado, 26 de outubro (18h, entrada livre) no espetáculo “Bailes na corte de D. João I”.

Há mais de 20 anos que a associação sediada em Sintra divulga danças, trajes e música de outras épocas. A origem da ADH foi um curso de formação de professores sobre dança de época, ministrado por Maria dos Anjos Lobato, a primeira presidente da direção. “Foi de tal maneira do agrado dos formandos que resolveram fazer um grupo”, recorda Paula Sequeira. A estreia foi em 2001, com uma apresentação na Torre de Belém.

A associação tem trabalhado as épocas medieval, renascimento e pré-barroco e prepara-se para estrear um novo projeto, dedicado ao barroco. É um trabalho informado, feito por investigadores e consultores históricos.

“Não vamos à net procurar coreografias”, esclarece a presidente da ADH, Paula Sequeira, quando questionada sobre as fontes que documentam estas danças. Os catorze dançarinos da associação que vão estar no Claustro Real – rei, rainha e restante corte – vão mostrar o resultado de anos de pesquisa e formação em cursos de dança antiga, em Itália e Espanha.

“Algumas das danças surgem em tratados antigos, dos anos 1400, de senhores muito importantes na época, como Domenico de Piacenza e Guglielmo Ebreo, que eram coreógrafos e professores de dança das famílias de Itália”. A partir desses primeiros registos, a ADH criou o espetáculo inspirado no que se dançava no período de D. João I.

Já para os trajes, a associação recorre a quadros. “Somos muito rigorosos também aí. O meu vestido é uma réplica do que a rainha Filipa de Lencastre levou no casamento”, explica Paula Lima, uma das dançarinas e responsável pela comunicação da ADH.

Este sábado, está em foco a corte do rei João I, intrinsecamente ligado à história do Mosteiro da Batalha e da independência de Portugal. Isso será dançado, em trios e rodas, e explicado por um arauto, que partilhará informações para se entender o tempo a que se referem as danças. “Mas não é uma aula”, frisa Paula Lima.

Com mais de 700 apresentações em Portugal e no estrangeiro, atuar no Mosteiro da Batalha é para a ADH “uma grande responsabilidade e um grande privilégio”. “Poder recriar estes momentos num monumento de extrema importância é realmente extraordinário e um orgulho”, assume Paula Lima. A associação espera proporcionar “um momento muito bem passado, que fique na memória” e que permita “aprender um pouco de História”.

(Inicialmente previsto para as Capelas Imperfeitas, o espetáculo foi transferido para o Claustro Real do Mosteiro da Batalha devido à previsão de condições meteorológicas adversas)

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