Os bancos concederam mais crédito e captaram mais depósitos, no ano passado, em Leiria, não obstante a desaceleração geral da actividade do sector, causada por um ciclo económico recessivo.
De acordo com o último relatório da Associação Portuguesa de Bancos (APB), o negócio financeiro (semi-soma do crédito e dos depósitos) por balcão ascendeu a 25,5 milhões de euros, uma subida de aproximadamente dois por cento face a 2009. O negócio financeiro per capita cresceu para 16.367 euros, um valor que apenas fica atrás de Lisboa, Faro e Porto.
No distrito de Leiria, tal como no exercício anterior, o total de depósitos, considerado o saldo a 31 de Dezembro, cresceu mais do que o crédito concedido, tanto em termos absolutos como relativos. As poupanças passaram de 5.538 milhões para 5.836 milhões de euros, enquanto os empréstimos a particulares e empresas subiram de 8.957 milhões para 9.203 milhões. No entanto, 2009 fica marcado por um abrandamento do dinamismo da banca nestes dois indicadores, um efeito da crise internacional.
No ano passado, em que se registaram mínimos históricos nas taxas de juro, a actividade do sector foi influenciada pela subida do desemprego e pela contracção do consumo. Neste contexto, o crédito de cobrança duvidosa sofreu um agravamento (+53,1%) que está directamente relacionado com a degradação da conjuntura económica.
Com a margem financeira e dos serviços bancários a reduzirem-se, o resultado líquido acumulado do sector diminuiu 525 milhões de euros (-24,1%) em 2009, essencialmente devido “ao considerável esforço no reforço das provisões e no reconhecimento de imparidades”, refere a APB.
Em Dezembro de 2009, os bancos mantinham 294 balcões no distrito de Leiria, mais cinco do que um ano antes. A maioria situa-se nos concelhos de Leiria, Pombal, Alcobaça, Caldas da Rainha e Marinha Grande. Caixa Geral de Depósitos, BCP, BES, BPI e Santander são as instituições mais representadas.
A nível nacional, o número de balcões aumentou, mas os bancos têm procurado abrir canais alternativos de contacto com os clientes, onde se incluem os promotores externos, como é o caso das agências imobiliárias na colocação de crédito à habitação ou dos agentes de seguros na venda de produtos de bancasseguros.