O escultor José Aurélio venceu o Prémio Fernando de Azevedo, no valor de 15 mil euros, atribuído no âmbito da Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial da Marinha Grande.
O júri decidiu por unanimidade, escolhendo a obra “Homenagem a Fernando de Azevedo”, de José Aurélio, “pelo grande rigor estrutural e complexidade especial, na qual o vidro se afirma como material plástico de evidente valor simbólico e metafórico”.
O escultor de Alcobaça explicou que criou a obra e concorreu ao prémio porque sentiu “a necessidade de prestar uma homenagem singela a um grande pintor e ao grande amigo que foi Fernando de Azevedo”.
José Aurélio lembrou que Fernando de Azevedo, que morreu em 2002 e presidiu ao júri da Bienal da Marinha Grande nas primeiras edições, foi “um homem que teve uma vida dedicada às artes” e “foi sempre uma alma transparente, mas que tinha a sua complexidade, muitas vezes difícil de compreender”.
Para o artista, a escultura que criou “permite que estejamos fora da peça e dentro dela em simultâneo”. E esta “é a nossa posição perante a vida e o universo – estamos simultaneamente dentro de tudo e fora de tudo”.
A Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial decorre até dia 31 no Parque Municipal de Exposições da Marinha Grande e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República.
Ao Prémio Fernando de Azevedo concorreram 217 artistas de diversos países, que apresentaram 316 obras. Dessas foram selecionadas 92 obras que estão em exposição, juntamente com uma instalação interativa gigante de Miguel Chevalier e mostras de homenagem ao pintor Cruzeiro Seixas e ao mestre vidreiro Diamantino dos Santos.
Patentes estão também as exposições “Nouvelle Figuration”, com alguns dos nomes mais expressivos do movimento que dominou o cenário criativo francês nos anos 60/70, e trabalhos de artistas plásticos e designers nacionais e internacionais.