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Sociedade

Fernando Nobre preocupado com referências de alunos do Politécnico de Leiria a Salazar

O candidato às eleições presidenciais, Fernando Nobre, mostrou-se hoje preocupado com referências a António Oliveira Salazar por parte de alunos do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), a respeito da solução para a situação difícil do país.

O candidato às eleições presidenciais, Fernando Nobre, mostrou-se hoje preocupado com referências a António Oliveira Salazar por parte de alunos do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), a respeito da solução para a situação difícil do país.

Fernando Nobre almoçou numa cantina na Escola Superior de Gestão de Leiria, que integra o universo do IPL, e depois, perante a ausência de qualquer aluno num debate marcado para o auditório da instituição, partiu ao encontro dos estudantes num bar da escola.

O candidato inverteu os papéis previstos, juntando-se a uma mesa de estudantes do curso de Solicitadoria, onde lançou questões para os alunos responderem.

E quando perguntou à plateia de onze estudantes o que é que achavam do país, Fernando Nobre foi surpreendido com a resposta de um deles, que disse ouvir em casa os pais a defenderem “a falta que o dr. Oliveira Salazar faz às finanças e economia” de Portugal.

A opinião foi secundada por outra aluna, que sublinhou: “Não nos orgulhamos dessa fase do país, mas que Salazar faz falta à economia e finanças, faz”.

Preocupado, Fernando Nobre lembrou que “antes do 25 de Abril uma reunião como esta que estamos a ter aqui não seria possível”, questionando os alunos sobre se conheciam a expressão “bufo”.

“Isso do Salazar é assustador! Será que não podemos evolui sem voltar a esse tempo?”, lançou, em forma de aviso, aos estudantes.

À mini-plateia que se reunia em volta de duas mesas de café, Fernando Nobre foi perguntando quais as saídas que os alunos têm para o seu futuro profissional, a perspetiva do mercado de trabalho, a motivação para mudarem o país e quantos iriam votar nas próximas eleições presidenciais.

Perante uma maioria absoluta de braços no ar, o candidato duvidou. “Não estão a levantar a mão só para a fotografia?”, ao que os estudantes de Solicitadoria responderam não ser “representativos da maioria dos jovens” que não vota.

Depois do encontro com os estudantes, Fernando Nobre reuniu com a direcção do IPL. À tarde, visita uma fábrica de plásticos, é recebido pelo presidente da Câmara da Marinha Grande, onde cancelou a visita prevista à Bienal Internacional de Artes Plásticas e Design Industrial da Marinha Grande.

À noite, regressa a Leiria para uma conferência/debate num restaurante da cidade.


Secção de comentários

  • nramos disse:

    Eu, aos meus filhos, ensino que em Portugal, nas II e III República, só conheci um polítco honesto: Salazar. Só conheci um estadista: Salazar.

    E também lhes hei-de transmitir que a Democracia foi uma grande conquista dos povos que a souberam usar. Porque houve alguns, incluindo os portugueses, onde ela foi o pretexto para uma cáfila de sátrapas se apoderar do poder em proveito próprio.

    E como o conquistaram? Simples. Prometeram tudo a todos, deram, e esbanjaram, à tripa-forra a troco do voto no sufrágio. Enquanto isso, esmeravam-se e ficavam com a parte de leão.

    Agora acabou-se a caça, mas os caçadores estão ainda aí, de colmilhos afiados, prestes, quem sabe, a comerem-se uns aos outros.

    Os que já têm a barriga cheia, vão evaporara-se. Os que a têm meio-cheia ou meio-vazia, vão dar luta e não largam os ossos. Os que ainda não comeram nada, estão a salivar, de cauda alçada, prestes a cairem sobre os anteriores, desprotegidos, por estarem cada vez mais sós e já sem respaldo dos primeiros.

  • António disse:

    Em "off topic". Penso entender a comentadora quando se refera à região de Coimbra. Leiria e Coimbra são cidades vizinhas parte da mesma região Beira litoral.

    • Duarte disse:

      Eu sei que é "off topic", mas antes de pertencer à região de Coimbra, Leiria pertence à região Centro, ou melhor ao Pinhal Litoral. Em relação a Coimbra, Leiria não é uma zona. É um distrito vizinho.

      Em relação à notícia: tal como o Helder Max também eu estudo no IPL e não partilho da mesma opinião que esses alunos. E concordo também quando diz que muitos deles adoptam as ideias formuladas em casa. Salazar pode ter sido exemplar no que diz respeito às Finanças, mas foi acima de tudo um ditador. E mesmo que muitas pessoas digam que ele faz cá falta, quantas serão essas que se sujeitariam a um regime ditatorial? Acho que nenhuma.

  • alvaro disse:

    O Passado é uma referência para o presente e o futuro, não podemos ter nostalgia de um regime autoritário. Só quem viveu aquele momento sabe o que foi o Salazarismo. Problemas na Democracia? Sim por todo o mundo. Mas é preciso ter liberdade crítica, e isso só se consegue com uma educação de qualidade para o exercício da plena cidadania.

  • Lúcia disse:

    Naquele tempo a sociedade rural tinha níveis de analfabetismo quase totais. Actualmente há sociedades ditas urbanas com niveis de cidadania e culturais muito baixos. Como naquele tempo a classe política sabe aproveitar tudo muito bem.

  • Joao M. Santos disse:

    Entendo perfeitamente aquilo que os alunos querem dizer quando falam no Salazar.
    Naquele tempo a liberdade de expressão era nula, ou quase… não havia crime nas ruas… e também não havia dinheiro. Mas haviam algumas certezas! Uma delas era que os políticos e o governo não eram uns pançudos tachistas. O respeitinho é muito bom, especialmente por quem governa.
    Salazar morreu pobre, ao contrário dos de agora, que antes de morrer, sacam umas reformas brutais.
    Já as perguntas bonitas do Nobre… dão vontade de rir. Saídas profissionais?? ahahahaha. Em certos cursos, as saídas são só para alguns.

  • Fábio disse:

    A realidade difere muito entre as escolas sobe a alçada do IPL.
    De facto Leiria Distrito ainda é um bastião de algum saudosismo salazarista conservador e confessional.

  • Helder Max disse:

    Estudo no Instituto Politécnico de Leiria, na mesma escola que os alunos saudosistas do nosso amigo Dr. O. Salazar e posso salvaguardar que essa opinião não é partilhada por todos na escola (eu não a partilho garantidamente).

    Os alunos em questão na realidade referem que essas afirmações foram ouvidas em casa – afirmações feitas provavelmente por alguém que ao belo estilo fadista português procura respostas ao problemas de hoje olhando para o ontem e esquecendo que vem aí o amanhã.

    Entendo que não são ideias formuladas pelos alunos em si, alunos que em vez de mímica deveriam pensar por eles mesmos. É difícil pensar fora da caixa (ou da casa neste caso), especialmente quando o sistema de ensino, nacional, também não ajuda os alunos a perceber que não podem culpar para sempre os erros dos pais, eles é que vão comandar o país amanhã (não vão estar cá os pais para sempre para o fazerem por eles).

    Estas respostas que os alunos dão nascem da situação económica do país em mãos. De tudo aquilo que nestes últimos meses se vê discutido todos os dias no meios de comunicação – O.E., PEC – que actualmente faz parecer que as contas do estado são a única coisa que realmente está mal e que assim que for resolvido Portugal passa a não ter problemas.

    Sem a arrogância de pretender dizer saber o que é realmente preciso fazer para resolver todos os problemas do país, acredito pessoalmente que não é uma economia de ferro à moda do tempo anterior ao 25 de Abril que vai trazer mais oportunidades e melhor qualidade de vida a estes estudantes e a todos os portugueses.

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