Mais de meia centena de alunos da Escola de Arte e Design (ESAD) das Caldas da Rainha manifestaram-se hoje contra a redução dos apoios sociais e a falta de condições ao nível de salas.
Os alunos contestaram os novos critérios de atribuição de apoios sociais, temendo que a redução do número de bolsas a atribuir e dos respetivos valores “ponham em causa a continuidade de muitos alunos no ensino superior”, disse à Lusa João Alves, presidente da Associação de Estudantes (AE) da Escola Superior de Arte e Design (ESAD).
João Alves disse que o atraso na atribuição de bolsas “está a ser sentido de forma particular” entre os alunos da ESAD por se tratar “de uma escola de artes onde é preciso comprar vastas gamas de materiais a preços elevados”.
Dos 1200 alunos da escola mais de 300 são afetados pelo atraso no pagamento das bolsas, “sobretudo numa altura em que a escola pede cerca de 300 euros para pagamento da inscrição e da propina dos dois primeiros meses”, acrescentou o presidente da AE.
Os alunos exigem também a criação de um seguro que responda às necessidades dos estudantes de artes e design, que necessitam de “utilizar oficinas e equipamentos potencialmente mais perigosos que o comum”, informam num manifesto hoje distribuído.
Os protestos estenderam-se ainda à “falta de condições e material” na escola onde, segundo João Alves, “há salas que não estão minimamente preparadas para as matérias lecionadas”.
Além da sobrelotação que leva a que “haja alunos sentados no chão em algumas aulas” o presidente da AE criticou “a falta de computadores” em aulas em que “se os alunos não tiverem o seu portátil, não têm acesso ao material para trabalhar”.
O encerramento das oficinas às 17 horas (com as aulas ainda a decorrer) e inexistência de serviços de bar, refeitório e papelaria e para os alunos de pós laboral são outras das criticas dos alunos que hoje manifestaram também desagrado pelo atraso na colocação de professores e consequente atraso no início de algumas cadeiras.
O descontentamento dos alunos foi comunicado ao Instituto Politécnico de Leiria (IPL) – responsável pela gestão da escola – em várias reuniões e através de um abaixo-assinado promovido pelos alunos o ano passado.
“As respostas que obtemos remetem sempre para a falta de financiamento ou, nalguns casos, a direção não reconhece que as coisas estejam a funcionar mal”, lamenta João Alves.
À Lusa o IPL remeteu os esclarecimentos para a direção da escola, cujo contacto não foi possível até ao momento.