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Cultura

Novo m|i|mo já abriu junto ao Castelo de Leiria

O novo m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento já abriu ao público. O espaço, junto ao Castelo, custou 4 milhões de euros e pretende ser o principal museu de Leiria e pólo de atracção turística.

Uma câmara obscura, considerada a primeira antecessora da máquina fotográfica, ou um megaletoscópio, para visionar gravuras com efeitos de luz, estão entre as relíquias do m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento de Leiria, instalado desde quarta-feira junto ao Castelo de Leiria, no edifício do antigo Regimento de Artilharia nº 4.

A remodelação do espaço custou quatro milhões de euros – metade dos quais do orçamento municipal – e torna o m|i|mo, segundo o vice presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, “o principal museu” da cidade, acreditando que será, igualmente, uma “referência no contexto regional e nacional”.

“Pela sua temática, do cinema, da fotografia, da imagem, acaba por ser um museu muito característico e único em Leiria e no país”, afirmou Gonçalo Lopes, manifestando o desejo de que o investimento “consiga atrair novos visitantes” à capital do distrito.

O novo espaço mantém o Centro de Documentação Artur Avelar e uma biblioteca, no rés-do-chão, onde se encontra também a reserva visitável, com peças ligadas ao pré-cinema, cinema e fotografia.

“O pré-cinema é a proto-história do cinema, que inclui teatro de sombras, lanternas mágicas, brinquedos óticos, formas de animação da imagem”, explicou a responsável técnica do espaço, Ana David.

Ainda no mesmo piso estão os laboratórios de conservação, restauro, acondicionamento e reprodução do material fotográfico.

No piso superior, uma zona dedicada a exposições de longa duração mostra uma pequena parte da coleção de arte da Fundação EDP. “Negativo/Positivo” é o nome da mostra, com a duração de seis meses, a que segue depois a exposição, da mesma coleção, “Luz/Cor”.

Segundo o vereador, esta área vai reservar, no futuro, a história do cinema e dos media contada através das novas tecnologias.

Outro dos núcleos do museu é a Oficina do Olhar, com objetos desenvolvidos no âmbito de uma parceria com o Instituto Politécnico de Leiria “na lógica do faz e aprende”, esclareceu Ana David.

“Tem um conjunto de objetos que podem ser experimentados para perceber coisas muito complexas como o funcionamento da memória visual, o efeito estroboscópico ou o que é a cronofotografia”, exemplificou a responsável, salientando a importância desta área interativa “para todo o público” de forma a tornar os “conteúdos mais acessíveis e percetíveis”.

Uma área de exposições temporárias, que abre com cartazes do cinema português, e um serviço educativo completam o espaço, aberto há um ano para não arriscar a perda de fundos comunitários, mas que não tinha, até ao momento, qualquer oferta expositiva.

O vice presidente da autarquia salientou a ligação do museu ao Teatro José Lúcio da Silva, “uma das principais salas de cinema do país”, onde o m|i|mo nasceu e cresceu, fixando, depois, residência no Mercado de Sant’Ana.

Atualmente, contam-se cerca de 3.000 peças (desde cinematógrafos a projetores de cinema ou lanternas mágicas), 20 000 documentos (cartazes, catálogos, entre outros) ou 1.500 filmes no acervo do Museu da Imagem em Movimento, que inclui um depósito de cerca de 200.000 imagens.

Nova âncora

Quarta-feira, na inauguração do novo espaço, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, elogiou “o museu municipal apelativo, alinhado com o espírito da política museológica perseguida pelo Ministério da Cultura e com o plano estratégico para os museus do século XXI”.

A ministra disse ainda antever “uma série de parcerias interessantíssimas que a Cinemateca pode desenvolver com o m|i|mo, dando continuidade ao princípio de descentralização que queremos desenvolver”.

O presidente da Câmara de Leiria espera que o m|i|mo se “assuma como um novo pólo de dinamização cultural e de atração turística”.

Raul Castro referiu ainda que o museu vai “constituir uma nova âncora a acrescentar ao núcleo museológico existente e às futuras estruturas que venham a ser criadas”, de modo a que Leiria se “assuma, cada vez mais, no panorama cultural do país”.

Até ao final do ano, o museu tem entrada livre. O m|i|mo está aberto de terça a sexta, no horário 9h-12h e 14h-17h. Aos sábados, abre das 14 às 17h30. É possível marcar visitas guiadas pelo telefone 244 839 675 e e-mails mimo@cm-leiria.pt.

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