O presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro, disse hoje à agência Lusa que há um grupo empresarial estrangeiro interessado na abertura ao tráfego civil da base aérea de Monte Real.
“Neste momento, poderei adiantar que há um grupo estrangeiro interessado nesta solução”, declarou Raul Castro, que se escusou a adiantar mais pormenores, com exceção de que se trata de um grupo da América do Sul com “experiência” e “participações acionistas em muitas empresas de aviação”.
O autarca ressalvou que não está “a afirmar de uma forma categórica que isto já está assumido, mas há a possibilidade de vir a ser uma realidade, desde que salvaguardadas todas as condições, quer aquelas que o Governo entender pôr, quer também aquelas que os investidores vejam como que sejam possíveis de concretizar, atendendo, portanto, aos seus interesses específicos”.
Raul Castro acrescentou que “tem havido reuniões” com este grupo, mas “haverá eventualmente outros grupos que estão interessados em suportarem os custos da construção do terminal, tendo como contrapartida um número de anos a determinar pelo Governo de exploração do mesmo terminal”.
Os contactos com potenciais investidores sucederam-se a uma reunião, o ano passado, com o primeiro-ministro, contou o presidente da câmara de Leiria, adiantando que no encontro José Sócrates “deixou a porta aberta para haver uma possível viabilização” do projeto “desde que haja investidores privados que suportem os custos com a construção do terminal”.
“Foi isso que tentámos fazer, ir à procura de investidores que permitam viabilizar esta nossa pretensão”, explicou Raul Castro.
O Fórum Centro de Portugal, que anunciou em junho a suspensão do estudo sobre a viabilidade da abertura da base aérea à aviação civil internacional, mudou, então, a sua estratégia para a iniciativa privada, encetando contactos em Portugal e no estrangeiro.
Segundo Raul Castro, esta aposta em investidores privados impede que “qualquer argumento da situação financeira [do país] possa servir para inviabilizar mais uma vez esta possibilidade”.
Considerando ser compatível, como sucede noutros locais, no país e no estrangeiro, o duplo uso – militar e civil – da base de Monte Real, o autarca salientou que no atual momento do país é importante “saber aproveitar todas as oportunidades e esta é, talvez, a mais importante para alavancar a economia desta região”.
“Aquilo que nós queremos é dar um sinal claro que há aqui oportunidades do setor privado para tornar viável uma estrutura que é importante para todos”, afirmou, defendendo, ainda, que se deve “tirar partido” das condições que já existem na base.
“Desde que – e isso é a questão fundamental para nós – não haja necessidade de haver dinheiros públicos neste projeto”, insistiu, explicando cabe ao “Governo definir as condições para que isto seja possível”, para que as negociações com os privados possam avançar.