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Cultura

David Fonseca: “Leiria é a minha casa”

David Fonseca recebeu no Teatro José Lúcio da Silva a Medalha da Cidade de Leiria “por ter elevado bem alto o nome de Leira em Portugal e além fronteiras”. Leia a entrevista com o músico.

David Fonseca recebeu no Teatro José Lúcio da Silva a Medalha da Cidade de Leiria “por ter elevado bem alto o nome de Leira em Portugal e além fronteiras”. Em entrevista, o músico explica porque continua a viver em Leiria e fala do panorama cultural da cidade.


Como é encara esta homenagem da Câmara de Leiria?

Sendo eu de Leiria, sempre fiz questão de o dizer. Sempre achei que não fazia lógica, sendo o nosso país tão pequeno, ser tão segmentado entre Lisboa e o Porto. Como estudei em Lisboa desde cedo, nunca entendi porque é que qualquer coisa para ter sucesso em Portugal tinha que passar necessariamente pela capital. Por isso, passado todo este tempo, quando recebo esta honra por parte da Câmara Municipal de Leiria, vejo um espelho dessa minha atitude inicial. Para demonstrar que a nossa cultura não está apenas nas cidades grandes, mas espalhada um pouco por todo o país e que não deve ser segmentada nas grandes capitais.

A homenagem peca por tardia?
Não, eu não estou à espera que me homenageiem, nunca estive à espera que isso acontecesse. Fiquei surpreendido por me quererem homenagear. Porque a minha vida é muito feita de música e não penso muito nestas coisas. Mas fico contente por se lembrarem de mim neste tipo de cerimónia.

Como é que vê actualmente a vida cultural da cidade?
Nós deparamo-nos com um problema, que é estarmos muito próximos de Lisboa, onde tudo acontece. Os eventos culturais passam muito por lá e nós, como temos uma proximidade grande com a cidade, às vezes substituímos aquilo que podia acontecer na nossa cidade por aquilo que está a acontecer na capital. Mesmo assim eu acho que tem havido um esforço sistemático dos teatros, ligados a redes, para que muitas coisas passem por Leiria de forma interessante e coesa. Vejo que temos crescido mas ainda temos muito por fazer. Embora isso aconteça no nosso país porque não temos muita tradição nesta área, infelizmente. De há uns anos para cá houve uma evolução grande. Quando eu tinha 16, 17 anos era muito duro ter contacto com a cultura em Leiria. Hoje em dia é muito mais simples, mas há ainda muito por fazer, por ser uma área muito difícil de trabalhar.

Apesar das suas voltas pelo país e pelo mundo é em Leiria que continua a morar. Esta é a sua casa?
Sim, primeiro por razões familiares. A minha família está toda aqui. Depois porque estando num sítio como este tenho muito mais tempo para trabalhar. Lisboa é das minhas cidades favoritas (do mundo até), mas é mais difícil trabalhar lá. Porque o tempo é muito mais longo nas cidades como Leiria. Escolhi-a por razões pessoais e não fazia lógica sair daqui. É a minha casa, sim.

Do que se tem feito em Leiria em matéria de música, há alguma coisa que o tenha impressionado particularmente?
Infelizmente não tenho acompanhado assim tanto o que se faz em Leiria. Há um projecto que tenho acompanhado – The Allstar Project – mas noutros casos não tão de perto quanto gostaria, talvez porque eles não têm tido assim tanto palco quanto provavelmente mereciam. Isso hoje em dia é um problema leiriense, mas também nacional. É muito difícil furar com novas bandas no espectro musical. Muitas bandas me perguntam o que fazer e eu próprio também não sei qual é a solução.

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