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Cultura

Câmara de Leiria vai adquirir Convento dos Capuchos e antigo Seminário

A Câmara de Leiria aprovou terça-feira, por unanimidade, em reunião do executivo, a aquisição de dois edifícios na sede do concelho que são património do Estado pelo valor de cerca de 900 mil euros.

A Câmara Municipal de Leiria aprovou terça-feira, por unanimidade, em reunião do executivo, a aquisição de dois edifícios na sede do concelho que são património do Estado pelo valor de cerca de 900 mil euros.

Convento dos Capuchos

Os dois espaços – o Convento dos Capuchos e o antigo Seminário Diocesano, onde funcionou, também, o Distrito de Recrutamento e Mobilização Militar (DRM) – foram avaliados, respetivamente, em fevereiro de 2007 e maio de 2005, por um valor global na ordem dos 2,1 milhões de euros.

Segundo a autarquia, as negociações com a Direção-Geral do Tesouro e Finanças permitiram uma poupança ao erário municipal de quase 1,2 milhões de euros com a avaliação feita em março último.

Na reunião, o presidente da autarquia, Raul Castro, explicou que a câmara vai financiar a aquisição dos dois imóveis com “fundos próprios” que terão efeito no orçamento municipal a partir de 2012, sendo o valor pago ao Estado ao longo de seis anos.

Antigo Seminário Diocesano (fotografia: Joaquim Dâmaso)

“Vamos pagar isto a prestações e só estamos em condições técnicas de o fazer a partir dessa data”, adiantou Raul Castro, independente eleito pelo PS, esclarecendo que esta matéria necessita, ainda, do aval da Assembleia Municipal e do visto do Tribunal de Contas.

O autarca afirmou que no caso do Convento dos Capuchos, fundado no século XVII e que foi adaptado a hospital militar dois séculos mais tarde, o objetivo é, posteriormente, “vender” em hasta pública de forma a “revitalizar aquela zona”.

Admitindo que, face à área, o convento “não pode valer só” o dinheiro que a câmara se compromete a pagar agora – cerca de 300 mil euros -, Raul Castro disse acreditar que o município pode, com esta venda, “gerar uma mais valia para suportar” a aquisição do DRM, esta na ordem dos 600 mil euros.

“Esta poderá ser uma boa solução para a autarquia”, afiançou o edil, reconhecendo, porém, que o município não pode “vender sem liquidar a dívida toda”.

Já no antigo DRM a autarquia quer instalar o Museu de Arte Sacra, acrescentou Raul Castro, num projeto em parceria com a Diocese de Leiria-Fátima.

Segundo o presidente da câmara, um outro imóvel do Estado no concelho – a carreira de tiro na freguesia de Marrazes – vai ser objeto de negociação com a respetiva junta, reconhecendo, contudo, que neste âmbito o município estabelece a “ponte”.

Uma avaliação feita em fevereiro de 2000 apontava um valor de dois milhões de euros para a carreira de tiro, com uma área de quase 80 mil metros quadrados, enquanto outra, no passado mês de março, apresenta uma proposta de aquisição de 131 mil euros, segundo informação disponibilizada hoje na reunião do executivo.

A proposta de aquisição do património teve os votos favoráveis dos vereadores eleitos pelo PSD, com a vereadora Neusa Magalhães a lembrar que o Estado “está a vender coisas que não eram dele”, mas que “registou”, pelo que as devia “devolver”, apontando, neste caso, a entrega à Igreja do ex-DRM.


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