A ideia é simples: há uma imensa minoria que não tem acesso à literatura por alguma razão. Mas não tem de ser assim, acredita a professora Josélia Neves, autora do Projecto de Leitura Inclusiva Partilhada (PLIP) que é apresentado sábado passado na Batalha.
Não saber ler, ser invisual ou deficiente auditivo, por exemplo, deixam de ser obstáculos no acesso aos livros. “A ideia é que uma biblioteca eleja uma obra e que a transforme em vários formatos para que esta possa chegar ao maior número de leitores”, explica Josélia Neves.
É o caso da obra “História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar”. Foi teatralizada na Feira do Livro que recentemente decorreu na Batalha, com a particularidade de ser acompanhada de tradução em linguagem gestual.
Contudo, o projecto prevê que as obras sejam disponibilizadas em Braille, alto-relevo ou no formato de áudio-livro ou vídeo-livro, por exemplo. E em Dezembro, esta obra deverá estar depositada na Biblioteca da Batalha, em vários formatos, disponível para os leitores interessados. O passo seguinte implica que os vários formatos constituam um “kit”. São esses “kits” que deverão circular por diversas entidades, constituindo uma rede de partilha. “Quanto maior o número de bibliotecas que adira, maior será o número de livros que estarão disponíveis e maior o número de pessoas que a eles podem aceder”, sublinha a autora do projecto.
Neste caso, a mobilização é a palavra-chave: “o crescimento da rede de partilha pode ser exponencial”, acrescenta.
