O presidente da Câmara de Ansião manifestou hoje o receio de que “a uniformização dos impostos sobre as empresas previsto no memorando da ‘troika’” aumente a desertificação nos concelhos do interior.
Rui Rocha está convicto que “o fim da discriminação positiva a nível fiscal poderá agravar os problemas para concelhos de baixa densidade populacional”.
O autarca disse à agência Lusa que, a este “perigo”, se soma “o conjunto de medidas que já vai afetar os municípios, com cortes nas transferências de verbas do Estado e na redução de pessoal”.
O presidente da Câmara de Ansião reivindica “a elaboração de um plano estratégico nacional” que contrarie as suas previsões.
“Não podemos assistir de braços cruzados à fuga de pessoas para o litoral e à ausência de políticas positivas que promovam a fixação de pessoas”, disse.
Segundo os Censos 2011, o concelho de Ansião perdeu 4,5% da população nos últimos dez anos.
“Se olharmos para os municípios vizinhos, do interior, as percentagens de abandono ainda são maiores”, lamentou.
Para Rui Rocha, “é necessária uma estratégia nacional e um plano regional que seja capaz de criar sinergias entre concelhos vizinhos que partilhem do mesmo problema”.