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Sociedade

Ministério Público acusa homem de homicídio por ter matado ex-marido da mulher

O Ministério Público de Leiria acusou um homem de homicídio qualificado, por ter matado à pancada o ex-marido da mulher com quem vivia, segundo o despacho de acusação ao qual a Lusa teve acesso.

O Ministério Público (MP) de Leiria acusou um homem de homicídio qualificado, por ter matado à pancada o ex-marido da mulher com quem vivia, segundo o despacho de acusação ao qual a Lusa teve hoje acesso.

O acusado, natural de Pombal, terá matado o ex-marido da mulher, em Rego de Água, Marrazes, concelho de Leiria, e enterrado o cadáver numa zona de pinhal entre Pataias e Alpedriz, concelho de Alcobaça.

Segundo o MP, o autor confesso do crime “fê-lo a sangue frio”, com “extrema violência” e “agiu consciente, livre e deliberadamente”.

O MP solicita que se mantenha a prisão preventiva para o arguido, alegando perigo de fuga, mas considera prescritos os crimes de profanação de cadáver e detenção de arma proibida de que inicialmente era suspeito.

Em meados de Agosto 2005, pode ler-se no despacho, Nuno Coelho “desentendeu-se com a sua mulher” Natália Coelho, “pelo que foi dormir a casa dos seus pais”, em Alpedriz, Alcobaça.

No dia seguinte, pela manhã, tentou contactar por diversas vezes a mulher “para tentar reconciliar-se com ela”, mas Natália Coelho “nunca atendeu o telefone”.

Munido da chave do apartamento que ambos habitavam, Nuno Coelho entrou e deparou-se com Natália Coelho e Fernando da Costa – o ex-marido – “deitados nus na cama”.

O MP sustenta que o acusado de homicídio “tinha conhecimento” de que “estes mantinham encontros amorosos”.

Razão pela qual o arguido decidiu várias semanas antes “tirar a vida a Fernando da Costa, em momento que se apresentasse oportuno”, defende o despacho de acusação.

O alegado homicida, segundo o MP, agrediu a vítima na cabeça com “um pau de oliveira que tinha uma bola na ponta” e que guardava em casa.

O cadáver acabaria por ser enterrado entre Pataias e Alpedriz, Alcobaça, num pinhal, tendo Nuno Coelho espalhado cal sobre o corpo para acelerar a sua decomposição, revela o MP de Leiria.

Quase seis anos depois, a viver na Suíça, efectuou diversos telefonemas para Portugal, tanto para a PSP e para a PJ, como para familiares da vítima, confessando a autoria da morte de Fernando da Costa.

O arguido acabaria por se entregar às autoridades portuguesas em Janeiro de 2011, mas o MP de Leiria sublinha, contudo, “as peculiares circunstâncias do regresso do arguido”.

Sustenta-se no despacho de acusação de que tal “ocorreu não por via de um efectivo sentimento de arrependimento”, mas antes “após o arguido ter tomado conhecimento de que mulher vivia actualmente com outro indivíduo”.

O MP argumenta que fica assim explicada a confissão inicial do arguido “na qual pretendeu envolver a sua mulher, por vingança”, mas que acabaria por ser contraditada pelo próprio em sede de interrogatório.

O arguido encontra-se actualmente em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional Regional de Leiria.

Lusa

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