A câmara de Óbidos está a transformar edífícios devolutos em espaços criativos no âmbito de uma candidatura de 1,4 milhões de euros para a renovação urbana da vila medieval.
“Estamos a reabilitar um conjunto de oito edifícios que se encontravam devolutos e alguns deles em adiantado estado de degradação e que vão ser transformados em espaços virados para a inovação e criatividade”, disse à Lusa Rita Zina, vereadora do Planeamento na câmara de Óbidos.
O investimento, de 1.407.000,00 euros, resulta de uma candidatura ao programa comunitário “Parcerias para a Regeneração Urbana”, que vai permitir a reabilitação de duas igrejas, a criação de cinco espaços criativos e a criação da “Casa das Rainha – Óbidos Story Center”.
A maior intervenção está já em curso no quarteirão da farmácia, à entrada da vila, que irá dar lugar ao EPIC – Espaço para a Promoção da Inovação e Criatividade.
“Estamos a usar o mesmo conceito em todos os edifícios, que ficarão com casa de habitação no piso superior e oficina ou loja no piso térreo”, explica a vereadora que espera “a partir de janeiro podermos aceitar candidaturas para a ocupação desses espaços”.
No mesmo quarteirão será recuperada “uma antiga adega que vamos manter com chão em terra batida” e que será utilizada para espaço de exposições e conferências, e a que se juntará “a reabilitação de uma antiga casa do forno para ser usada como cafetaria”, adianta a vereadora.
Para além do EPIC, com um custo de 329.245,00 euros, estão também já a ser intervencionados os edifícios onde será criado o Espaço Criativo José Joaquim dos Santos, com um investimento de 149.232,20, e as igrejas de Nossa Senhora do Carmo e São Tiago, onde será criada uma livraria.
Às obras destes quatro espaços, vão juntar-se ainda a reabilitação do edifício para instalação da Casa das Rainhas – Óbidos Story Center ( um museu com recurso a tecnologias digital e ao multimédia) e a reabilitação de três outros edifícios para a instalação dos Espaços Criativos Josefa d’ Óbidos, Baltazar Gomes Figueira e André Reinoso.
O projeto de regeneração urbana pretende “dinamizar o mercado do arrendamento, potenciando o número de residentes e de actividades económicas na vila” onde, segundo a vereadora, “a maioria das actividades está ainda muito centrada apenas no turismo e no mercado voltado para o turista”.
Os novos espaços irão funcionar em complementaridade com o ABC – incubadora de empresas dos Parque Tecnológico de Óbidos, onde “há muitos pedidos e os espaços estão todos ocupados”, funcionando como alternativa à instalação de empresas, ateliers e nalguns casos escitórios.
As obras têm como princípio orientador “a intervenção mínima, a compatibilidade e a reversibilidade”, podendo os edifícios, em qualquer altura, ser utilizados apenas para habitação ou outros fins, sublinha Rita Zina.
Lusa