A PSP de Leiria apreendeu na passada semana milhares de artigos em ouro e prata, diamantes e peças em marfim, no âmbito de uma investigação centrada em vários estabelecimentos de compra e venda de ouro.
A investigação, que decorreu durante sete meses, culminou, dia 20, com a realização de várias buscas domiciliárias e em veículos em Leiria, Fátima, Batalha, Porto, Gondomar e Aveiro.
A operação, que envolveu 33 agentes da PSP de Leiria e 14 inspectores tributários da Direcção de Finanças de Leiria, levou ainda à detenção de quatro cidadãos – uma mulher de 67 anos e dois homens, de 44 e 40 anos, por mandato fora de flagrante delito, e um indivíduo de 42 anos por posse de 452 doses de haxixe e de uma arma de fogo ilegal.
Além de uma pistola de 8 mm e munições, foram apreendidos 9.400 euros em dinheiro, 19 telemóveis, três veículos, 15 balanças digitais, 96 relógios, seis computadores, quatro dentes em marfim e dois diamantes.
No rol dos artigos em ouro, a polícia refere medalhas (70), isqueiros (2), fios (4) e anéis (28), moedas (10) e libras (12), entre muitas outras peças. O material em prata inclui quase 300 alianças, mais de 600 anéis e quase dois mil brincos, além de medalhas (1.577), moedas (1.554), pulseiras (486), salvas (22), terços (280), fios (775), alfinetes (66), canetas (25), castiçais (15), colares em pérolas (60), colheres (104), facas (14), garfos (18), jarras (15), faqueiros (4) e bengalas com punho em prata (5), mais de três quilos de prata em bruto e 2.600 outras peças em prata.
A PSP refere, em comunicado, que a investigação incidiu “sobre cidadãos que, apesar de terem firmas legalizadas na compra e venda de ouro, frequentemente se dedicam à prática de ilícitos criminais na sua actividade, nomeadamente crimes de receptação, fraude fiscal, branqueamento de capitais, fuga a impostos”, entre outros.
Na mesma nota, a PSP sublinha que a crescente valorização dos metais preciosos e a crise económica registadas nos últimos tempos originaram “um grande aumento do número de lojas de compra desse tipo de objectos, sobretudo de ouro”, muito apetecíveis para os criminosos e autores de furtos em residências e roubos às pessoas.
O produto desses crimes é, segundo a PSP, “muitas vezes, vendido nessas lojas, directamente pelos autores dos furtos, geralmente por toxicodependentes ou por intermédio de outros receptadores, sendo certo que são sempre adquiridos a preços irrisórios, proporcionando assim um enriquecimento ilícito a cidadãos sem escrúpulos que se aproveitam da situação”.