Foi uma verdadeira operação de resgate a que aconteceu, em Barosa, Leiria, no passado dia 4 de Outubro (Dia Mundial do Animal). Um gato, com cerca de um ano, caiu num poço e obrigou a uma intensa acção de socorro, que durou mais de sete horas.
Apesar de terem sido realizados diversos contactos, Céu Romeiro, da Associação Protectora dos Animais Abandonados de Fátima, lamenta que nenhuma autoridade se tenha mostrado disponível para ajudar e o assunto passou de mão em mão.
“Ligámos para os bombeiros voluntários e municipais, que disseram que não podiam ir, a GNR disse que não era a sua área de influência e a PSP reencaminhou para as associações”, explica.
O gato acabou por ser retirado do poço cerca da 1h30 e bem de saúde. Contudo, Céu Romeiro considera “uma vergonha que as entidades oficiais não ajudem no socorro dos animais” e, apesar do perigo, “tenha que ser um popular a descer ao poço para salvar o gatinho”.
Contactado pelo REGIÃO DE LEIRIA, Almeida Lopes, comandante dos Bombeiros Municipais de Leiria, adiantou que, no momento do contacto, a “corporação não tinha elementos disponíveis” e “quando podem colaborar, colaboram”. “Hoje em dia, toda a gente recorre aos bombeiros para tudo e os bombeiros começam a ficar numa situação complicada”, afirma.
A quem recorrer
Cidadãos
O contacto para salvar ou resgatar um animal deve ser feito junto de associações ou bombeiros, caso o animal seja seu. Se for um animal abandonado, deve ser contactada uma associação local, para depois contactar os bombeiros
Associações
Devem ser o primeiro recurso para salvar um animal. Algumas já têm meios de resgate próprios e é através delas que é estabelecido o contacto com bombeiros ou outras entidades competentes. A associação Desprotegidos, por exemplo, tem voluntários que ajudam no resgate de animais
Bombeiros
Por norma, as corporações respondem a estes casos sempre que possível, embora os responsáveis indiquem que não são considerados como casos prioritários. “Temos que estabelecer prioridades e não pôr em causa a nossa função prioritária: salvar vidas humanas”, explica Almeida Lopes, dos Voluntários de Leiria
GNR e PSP
O Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA), da GNR, actua sobretudo com animais selvagens feridos. Em situações que envolvam animais domésticos e vadios, o grupo não actua. Já a PSP colabora em acções de socorro, nomeadamente com desvio de trânsito rodoviário ou acompanhamento das operações
Custos
A deslocação de uma auto-escada para salvar um animal, por exemplo, representa um custo de cerca de 40 euros. Por norma, o serviço não é cobrado, mas a sua deslocação implica um custo para as corporações. Por isso, não se admire se lhe exigirem um valor