O fogo de artifício mais famoso de Portugal, na Madeira, volta este ano a ser assinado por uma empresa de Leiria que vem sobressaindo no sector da pirotecnia.
Além da baía do Funchal e da ilha de Porto Santo, as coreografias da HC Filhos, com sede na Caranguejeira, vão animar os céus nas festas de passagem de ano da Nazaré, São Pedro de Moel, Santarém, São Martinho do Porto, Setúbal, Tróia, Monte Gordo, Tavira, Quarteira, Faro e Cabo Verde.
Dos principais réveillons, “só não temos Lisboa, Porto, Albufeira e Portimão”, refere Nuno Costa, que gere a HC Filhos com o pai (Henrique Costa) e o irmão (Marco Costa).
A actividade tem sobrevivido à crise e este é mesmo “o ano com mais espectáculos e volume de negócios”.
Com raízes que remontam a 1932 pelo bisavô de Nuno Costa, a HC Filhos destaca-se graças a um “desenho técnico muito bom” – da autoria de Marco Costa – e por conseguir “apresentar uma boa relação com o custo”, diz o administrador.
O que permitiu crescimentos sustentados na última década, período em que a empresa protagonizou uma profunda reestruturação e começou a usar equipamento digital de disparo, capaz de transformar o conceito tradicional de fogo de artifício.
Em 2011, a facturação toca o milhão e meio de euros, metade com origem na Madeira.
O espectáculo na baía do Funchal exige duas semanas de preparação no local e mobiliza 426 pessoas, incluindo técnicos principais
e secundários, carregadores e pessoal de apoio. A empresa de Leiria factura 736 mil euros. O governo regional investe no total três milhões de euros na festa de passagem de ano.
A coreografia imaginada por Marco Costa para a ilha de Alberto João Jardim tem a particularidade de envolver 40 postos de lançamento, posicionados em terra e em barcos, que são accionados via rádio numa frequência concedida para o efeito pela Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).
Todos os números do evento impressionam: oito minutos de duração, 19 toneladas de fogo bruto, quatro toneladas de pólvora, 39.056 peças disparadas. “É o maior espectáculos do género no mundo”, garante Nuno Costa.
Investimento em nova fábrica
Apesar de trabalhar durante 12 meses, a HC Filhos está mais activa no 25 de Abril, no Verão e no final do ano. Utiliza sobretudo fogo de artifício (espectáculos pirotécnicos e piromusicais), fogo preso e foguetes.
A empresa mantém oito funcionários e está certificada em gestão da qualidade e da segurança. Controla toda a cadeia desde a produção dos artefactos até à execução cénica e tenciona criar uma nova unidade fabril nos terrenos das actuais instalações, na aldeia de Souto do Meio, projecto que representaria nove linhas de fabrico adicionais e mais cinco paióis.
“Teríamos todas as condições para conseguir projecção internacional”, explica Nuno Costa.
(Leia a notícia completa na edição de 23 de Dezembro de 2011)
Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt