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Sociedade

Arguidos acusados de associação criminosa em caso de droga remetem-se ao silêncio

O Tribunal da Marinha Grande começou hoje a julgar 14 arguidos acusados pelo Ministério Público (MP) dos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa e detenção de arma proibida numa sessão marcada pelo silêncio dos principais suspeitos.

O Tribunal da Marinha Grande começou hoje a julgar 14 arguidos acusados pelo Ministério Público (MP) dos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa e detenção de arma proibida numa sessão marcada pelo silêncio dos principais suspeitos.

A acusação do MP refere que, entre abril de 2009 e julho de 2010, oito dos arguidos se uniram “voluntariamente para cooperar e originar um grupo”, com o objetivo de “comprar (…) e vender cocaína, heroína e cannabis”, para “obterem elevadas vantagens patrimoniais decorrentes dos lucros da atividade criminosa”.

Segundo o MP, o grupo distribuía “o grosso a outros traficantes, em redes locais de distribuição que criaram”, nomeadamente em “Porto de Mós e Marinha Grande“.

Os arguidos terão ainda realizado venda direta a “consumidores e pequenos traficantes em Leiria, Nazaré, Alcoentre, Porto de Mós, Marinha Grande e Albufeira“.

Para a acusação, a organização “tinha estrutura piramidal, com distribuição concreta de funções e tarefas a todos os arguidos”.

O documento salienta que três dos arguidos têm “ligações ao tráfico internacional onde se abasteciam diretamente”.

O Ministério Público alerta para a “atuação concertada, volume diário do produto transacionado e a ligação direta a abastecedores internacionais”, que revelam “uma ameaça elevada para a vida, saúde e organização da sociedade portuguesa”.

Os arguidos têm entre 21 e 57 anos e três deles têm antecedentes criminais ligados ao tráfico de droga.

Na sessão de hoje, dos 14 arguidos, dois faltaram e o único arguido que acedeu falar ao coletivo de juízes afirmou que as 26 gramas de droga que lhe foram apreendidas eram “para consumo“.

O arguido disse que a sua companheira, também arguida neste processo, nada teve a ver com a heroína apreendida.

“Fui eu que pus o saco de droga na sua mala. Ela acompanhou-me porque eu tinha saído em precária e precisava de boleia, mas a droga era minha. Comprei-a para consumo e não para vender”, relatou.

Detido na prisão de Alcoentre, a cumprir pena no âmbito de outro processo, o homem referiu que outro dos arguidos foi intermediário na compra.

“Liguei-lhe a perguntar se sabia de alguém que me arranjasse cinco gramas de heroína e ele apresentou-me uma pessoa. Não fiz negócio diretamente com ele”, referiu.

Sobre as 26 gramas apreendidas, o arguido revelou que não sabia da quantidade. “Pedi cinco gramas mais qualquer coisa, mas não pensei que fosse tanto.”

O julgamento prossegue esta terça-feira, às 9 horas.

Lusa

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