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Especial Motores: Há novidades de sonho e nova vida para os usados

Enquanto as marcas se mantêm na expectativa, é o negócio da segunda mão que dá sinais de crescimento, à boleia de um clima económico filho da recessão.

Mais do que nunca, é o custo de aquisição que está a orientar a maioria dos movimentos no mercado automóvel.
“Hoje em dia, muitas vezes, o cliente até ignora a origem da viatura e a própria marca. Procura preço e quer comprar bons carros”, refere Paulo Praxedes, gestor comercial na Auto Sueco Coimbra, justificando assim as agressivas campanhas promocionais que se tornaram comuns a todos os concessionários.

Das novidades anti-crise aos carros catalisadores de sonhos, o calendário para 2012 está repleto de opções. Mas o contexto não é o melhor: a ACAP (Associação Automóvel de Portugal) prevê uma quebra de 20% nas vendas, consequência do clima económico e do agravamento – mais um – da carga fiscal.

Neste contexto, as vendas de segunda mão deverão ganhar importância redobrada. “A tendência é para que os clientes comprem mais viaturas usadas”, comenta Nélson Ruivo, gestor operacional do Grupo Automecânica da Confraria.

“O poder de compra baixou e as financeiras têm recusado crédito, selecionando muito bem os seus clientes e a mercadoria a financiar”, conclui.

Segundo Paulo Sismeiro, diretor geral da Auto Júlio Leiria, evidencia-se “uma procura muito grande por carros ente os cinco e os 10 mil euros”, o que leva a empresa a reforçar a aposta nas transações de usados, que já representam metade do negócio.

Também na Leiribéria se dá um fenómeno semelhante. “O peso dos usados e semi-novos tem vindo a crescer”, adianta o diretor comercial, António Santos.

“A razão deste crescimento está relacionada com a crise que vivemos presentemente em Portugal e mais concretamente com o projeto Seat Selection implementado na nossa empresa”, acrescenta.

O objetivo é aliar preços atrativos a soluções de crédito vantajosas. O concessionário confere uma garantia de 24 meses após analisar as viaturas através de 110 parâmetros diferentes.

Entretanto, ao longo de 2012, é de esperar que as ações promocionais centradas nos novos modelos coloquem as viaturas de zero quilómetros praticamente ao mesmo preço dos semi-novos, salienta Carlos Santos, administrador da Lizauto.

Na leitura da ACAP, o Orçamento do Estado para 2012 veio “penalizar fortemente” o sector automóvel. E, sobretudo, os veículos comerciais. Diz a associação que está em causa “um agravamento médio do Imposto sobre Veículos (ISV) de 76,1%”.

Por exemplo, nos derivados de passageiros, de dois lugares, o agravamento é de 91%. Por outro lado, existem veículos comerciais da categoria de furgões que estavam isentos e vão passar a ser tributados.

Perante estes dados, Nuno Roldão afiança que o “agravamento [da fiscalidade] vai uma vez mais comprometer o ano das empresas retalhistas de automóveis”. Trata-se de aumentos brutais, salienta.

“Os derivados de passageiros vão morrer”, antevê. O gerente da Lubrigaz conclui que pelo aumento da carga fiscal é natural uma diminuição do volume de vendas que pode culminar na redução da receita global apurada pelo Estado a partir dos impostos sobre os automóveis.

Um efeito contraproducente, portanto. “Não sei até que ponto isto não é um tiro no pé, porque está inscrita uma verba no Orçamento do Estado 2012 que duvido que se consiga lá chegar com o ritmo de vendas atual”, refere.

Em janeiro, o mercado de automóveis ligeiros de passageiros registou, em Portugal, um recuo de 47,4% em relação a igual mês do ano
anterior, tendo sido comercializados 6.949 veículos. É o número mais baixo dos últimos 23 anos.

(leia na íntegra o Especial Motores 2012 na edição do REGIÃO DE LEIRIA de 17 de fevereiro de 2012, entre as páginas 24 a 44)

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