Experimentou, gostou e nunca mais largou a “máquina”. Nazarena por adoção, Dorothée Ferreira conduz um buggy que diz: “É um espetáculo”.
A aventura começou há dois anos. António Ferreira, marido de Dorothée e também ele piloto de buggy, comprou um modelo para se divertir, deixou-a experimentar e daí até à competição foi um “piscar de olhos”.
O sucesso foi tal que rapidamente começou a ficar bem qualificada. E repetiu. Repetiu. E, atualmente, é a única mulher a participar no campeonato nacional de todo-o-terreno, na categoria buggy/UTV. O seu desempenho e prestações começam a despertar a atenção.
Num mundo claramente dominado por homens, a piloto acredita existir aí uma vantagem. “O ambiente é convivial. Por agora, sou a única, mas sei que daqui a pouco tempo, as mulheres de outros pilotos de buggy vão querer experimentar, o que significa que o número de mulheres vai aumentar”, afirma.
Proprietária de uma pequena loja bem no centro da vila piscatória, é a pilotar um buggy – uma espécie de veículo todo-o-terreno com redes protetoras na totalidade das laterais da cabine dos pilotos – que se sente como peixe na água. A região é propícia à prática da modalidade e Dorothée percorre os pinhais na Nazaré e em Alcobaça para aperfeiçoar a sua performance.
Segurança e adrenalina
Com o apoio da empresa Veco Design, de Alcobaça, correu pela primeira vez em Coruche, em setembro de 2010. “Acabei em segundo lugar e o meu marido em terceiro. A partir desse momento o meu objetivo é acabar as provas à frente dele. E até agora consegui”, brinca, satisfeita com o seu percurso.
“Os carros são seguros e com calma e concentração, tudo corre bem”, esclarece, lembrando que o porte e a resistência física também são importantes. Sobretudo “quando tenho furo e é necessário mudar o pneu”, diz.
Dia 17 arranca a sua participação no campeonato nacional, no Algarve. Vai correr com um buggy de 900cc superior ao utilizado em 2011. Da última época recorda ainda a etapa, na Baja500 Portalegre: “Terminei em sétimo numa prova com 400 km. Foi a prova mais cansativa que alguma vez fiz. Cheguei ao fim sem força nos braços e no corpo, mas acabei”, conclui.
Foto: A2 Comunicação
Marina Guerra
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