A Mohave Oil and Gas Corporation quer fazer furos de prospeção de petróleo a 700 metros do Mosteiro de Alcobaça, anunciou hoje a autarquia que só aprovará a operação depois de avaliar os riscos para o monumento.
“A Mohave solicitou autorização para fazer uma prospeção dentro do perímetro urbano mas a câmara só irá decidir depois de saber todos os riscos da realização do furo”, disse à Lusa o presidente da câmara de Alcobaça, Paulo Inácio (PSD).
De acordo com o autarca, a empresa que estuda a hipótese de existência de petróleo na região de Alcobaça e Torres Vedras, diz ter “dados científicos encorajadores”, que justificam a realização de um furo, dentro do perímetro urbano da cidade, junto à VCI (via de cintura interna).
O local dista cerca de 700 metros do Mosteiro de Alcobaça (património classificado) pelo que Paulo Inácio quer “saber todas as informações” e se “estão reunidas as condições de segurança” antes autorizar a operação.
A pretensão da empresa vai ser discutida na próxima terça-feira, dia 20, numa a reunião com os responsáveis pela Mohave, a Direção Geral de Energia (DGE) e o IGESPAR (Instituto do Património Arquitetónico e Arqueológico).
“A DGE já informou a câmara que considera a situação normal e que o mesmo já foi feito noutras cidades europeias como Roterdão (na Holanda) e Paris (França), mas queremos que sejam acauteladas todas as proteções ao Mosteiro antes de decidir”, adiantou o presidente.
No âmbito do contrato de concessão a empresa realizou já trabalhos de prospeção geofísica numa área numa área de 160 quilómetros quadrados repartidos por várias freguesias no concelho de Alcobaça.
Anteriormente haviam sido realizadas análises sísmicas em algumas freguesias e na cidade de Alcobaça, onde a câmara autorizou os trabalhos, depois de obtido parecer favorável do IGESPAR e ter estipulado um raio de proteção de 500 metros ao Mosteiro de Alcobaça.
Lusa