O ex-treinador do FC Porto e Sporting, Octávio Machado, incentivou os impulsionadores da tripela, um desporto inventado em Leiria e que funde futebol e andebol, a investirem todos os esforços na divulgação da modalidade.
Durante o lançamento o livro “Tripela – Uma nova modalidade desportiva”, Octávio Machado elogiou o desporto criado há quatro anos por Rui Matos, ex-treinador e praticante de futebol e andebol e professor de Educação Física.
“Esta nova modalidade atrai-me porque se pode fazer muita coisa: ser criativo, imaginativo, fazer lances de rara beleza e finalizar muito, fazer muitos golos. A tripela pode transformar-se numa modalidade de rara beleza gestual”, disse Octávio Machado, afastado do futebol profissional há uma década.
O treinador só lamentou não ter condições físicas para experimentar a modalidade, que, recordou, “já se usava no futebol como treino de recriação”, tendo agora ganho regras próprias.
“É um gesto técnico muito difícil de executar. Se vissem profissionais de muita qualidade a atirar a bola à mão percebiam o que estou a dizer”, disse, dirigindo-se à plateia da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais.
O técnico incentivou os autores do livro – Rui Matos, Pedro Morouço e Nuno Amaro” a insistirem na promoção do novo desporto.
“Não desanimem, tudo tem um começo. Precisa é de divulgação. Hoje são poucos, amanhã serão muitos mais com certeza”, disse, lembrando a evolução do futebol de praia e dando como exemplo a vitória do Sporting sobre o Manchester City, para a Liga Europa.
“Quem iria pensar que o Sporting podia ganhar ao Manchester City? Eles acreditaram. Os desafios são para ser ultrapassados. Tudo se faz com trabalho, dedicação, criatividade e apoios”, exemplificou.
A tripela, que se joga com as mãos e os pés, “tem um caminho a percorrer”, sublinhou Octávio Machado. “Não é fácil. Vão mexer com hábitos e direitos adquiridos e há uma série de obstáculos que têm de ser ultrapassados. Mas andem para a frente, não parem, sejam atrevidos! Tragam cá o Futre!”, sugeriu o treinador.
O criador da modalidade, Rui Matos, admitiu que há muito para fazer até que vingue, mas o livro hoje lançado “é um momento marcante”.
“O livro é mais uma etapa, outras virão. A nossa intenção é por muita gente a jogar”, frisou, enquanto outro dos investigadores da tripela, Pedro Morouço, lembrou que é uma atividade física que solicita “membros inferiores e superiores em todos os gestos”, ajudando ao desenvolvimento das crianças.
Lusa