O carapau e a sardinha são as espécies mais vendidas na Docapesca da Nazaré. Apesar de estar a diminuir, a sardinha ocupa o segundo lugar com 410 toneladas vendidas no ano passado, ao preço médio de 1,13 euros/quilo.
O valor de venda mais elevado pertence ao robalo que, entre agosto de 2011 e janeiro deste ano, chegou a 9,59 euros o quilo.
As artes do cerco – carapau e sardinha – têm sempre o maior volume de pescado por serem espécies que andam em cardume, contrariamente ao safio e ao robalo peixes considerados solitários.
Relativamente a 2010, foi também com o carapau que se verificou um aumento maior nas vendas, enquanto a sardinha registou uma baixa considerável no volume, apesar de ter crescido o seu valor.
A falta de peixe no mar tem levado, segundo o presidente da Associação de Armadores e Pescadores da Nazaré, António Bruno, à introdução de
várias medidas de regulação.
No caso do carapau e da sardinha foram adotadas quotas e instituído um período de defeso, respetivamente. Desde o dia 1 de março e até 15 de abril está proibida a pesca da sardinha.
“Esta paragem na pesca da sardinha”, adianta o dirigente, “serve para fazer os consertos nos barcos”.
Segundo João Delgado, pescador e dirigente da Mútua dos Pescadores, a formação dos preços obtém-se através de uma consulta a nível nacional pelas várias lotas, e faz-se depois uma média para iniciar o leilão.
O problema, acrescenta o dirigente, é que “o leilão é feito no sentido descendente, o que prejudica altamente o setor das pescas”, enquanto os outros leilões são no sentido ascendente.
Uma dose de sardinhas com batata e salada no restaurante “O Gaivinha”, de Joaquim Vasco da Silva, mais conhecido por “gaivinhas”, é vendida normalmente a seis euros. Para o empresário, “é a partir de junho e até outubro que se come a melhor sardinha”.
(notícia publicada na edição de 23 de março de 2012)
Artur Ledesma
artur.ledesma@regiaodeleiria.pt