A presença de andorinhas, cegonhas ou poupas na região é frequente. Todos os anos, em abril, as primeiras espécies vindas do norte de África começam a avistar-se e a nidificar em árvores, telhados, postes ou chaminés.
Na rota deste ano, um casal de cegonhas escolheu precisamente uma chaminé de uma fábrica abandonada, a poucos metros do Castelo de Leiria, para fazer o ninho.
“As aves migratórias orientam-se pela linha da costa e migram para zonas húmidas e zonas de alimentação, preferencialmente. Não é normal criarem nas cidades, mas Leiria, porque está próxima de zonas agrícolas (Campos do Lis), facilita essa aproximação”, explica Domingos Patacho, presidente da direção da Quercus – Núcleo Regional do Ribatejo.
A presença das aves migratórias, cujo Dia Mundial se celebra amanhã, sábado, não surpreende o ambientalista. Paul da Tornada, em Caldas da Rainha, Monte Redondo, em Leiria, ou as lagoas de Foz do Arelho e Ervedeira são alguns locais de paragem.
“Vão ficar até ao final de setembro, início de outubro, enquanto houver calor”, refere, justificando que apesar das temperaturas atípicas dos últimos meses, não há alterações nos comportamentos das aves.
“Agora são as cegonhas brancas, o rouxinol, os cucos e as poupas que sobem até à Europa. No inverno serão os gansos, patos e tordos que fogem das temperaturas baixas do norte e invernam em Portugal”, esclarece.
A estadia deve, segundo Domingos Patacho, estar livre da intervenção humana. Não é necessário preparar ninhos, nem concentrar alimentos.
“As migradoras fazem os seus ninhos facilmente e sem intervenção humana. O ideal é que o homem não mexa nos habitats e mantenha as zonas húmidas e a floresta natural, tal como existe, para que as zonas de alimentação fiquem o mais intactas possível”, salienta.
Por isso, basta aproveitar a sua presença por cá e admirá-las, enquanto escuta o canto dos rouxinóis e das andorinhas até ao fim do verão.
Marina Guerra(texto)
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Joaquim Dâmaso (Fotos)
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