Cerca de 60 enfermeiros de várias unidades de saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), nomeadamente em Peniche e Ourém, correm o risco de receber apenas 3,96 euros por hora.
O caso foi denunciado esta semana, depois de o Ministério da Saúde ter adjudicado a empresas privadas a subcontratação de enfermeiros por preços inferiores a metade do valor de referência base, estabelecido em 8,50 euros.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) defende a anulação do concurso, em vigor desde segunda- feira, tendo solicitado com carácter de urgência a intervenção do ministro da Saúde e dos diversos grupos parlamentares da Assembleia da República.
Ao REGIÃO DE LEIRIA, Guadalupe Simões, dirigente sindical, explicou que os enfermeiros abrangidos por este concurso já trabalhavam
ao abrigo de subcontratações, mas pelo valor de seis euros/hora.
Segundo a mesma responsável, na terça-feira, o novo contrato ainda não tinha sido apresentado aos enfermeiros para assinarem.
“É a dignidade dos enfermeiros, da profissão, e dos cuidados de saúde prestados aos cidadãos que estão em causa, pela tentativa de utilização das leis de mercado para a obtenção de lucro, na saúde”, denuncia o sindicato em comunicado.
“Os responsáveis das empresas informaram o SEP que ‘estranharam o facto de pela primeira vez não terem sido estabelecidas quaisquer regras’ e que lhes tinha sido pedido para que os valores que apresentassem fossem perto dos 50% do valor de referência base”, denuncia ainda o SEP.
MG