Cerca de 22 quilómetros, nove rios e ribeiras abrangidos, oito freguesias envolvidas, 183 mil euros de investimento, 120 dias de intervenção. É com estes números que se cose o projeto de conservação e reabilitação de linhas de água no concelho de Leiria, que arrancou no início de agosto, sob a responsabilidade da Administração Regional Hidrográfica do Centro (ARHC).
Os trabalhos tiveram início na zona de confluência entre os rios Lis e Lena, perto da ponte das Mestras, e irão estender-se por vários troços dos rios Lis e Lena, das ribeiras dos Parceiros, Sirol, dos Frades, da Caranguejeira, de Caldelas, da Confraria e rio Velho.
O caráter inovador da intervenção, a última de um plano iniciado em 2009, foi apresentado por Nuno Bravo, diretor de serviços na ARH, como pioneiro no país pelo envolvimento e acompanhamento de proximidade de várias entidades, entre as quais a Câmara de Leiria, juntas de freguesia e Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis.
Numa conferência de imprensa, Pedro Teiga, coordenador nacional do projeto Rios, explicou algumas das intervenções previstas, no sentido da preservação dos ecossistemas ribeirinhos, e sublinhou a importância da manutenção de árvores e vegetação para a salvaguarda da fauna e flora locais, em detrimento de cortes rasantes e incorretos.
Além da erradicação de vegetação invasora e aplicação de herbicidas que limitem o respetivo crescimento, serão desenvolvidas ações de limpeza do leito, desflorestação, poda seletiva, remoção de resíduos, desobstrução e desassoreamento das linhas de água que atravessam as freguesias de Leiria, Barosa, Parceiros, Azoia, Pousos, Santa Eufémia, Caranguejeira e Colmeias.
“Queremos rios que sejam oportunidades de desenvolvimento local, onde exista biodiversidade e espécies por nós desconhecidas”, acrescentou Pedro Teiga.
Isabel Gonçalves, vereadora do Ambiente, manifestou também preocupação quanto ao impacto dos trabalhos.
“Queremos que as obras se façam com o mínimo de agressão possível aos ecossistemas ribeirinhos”, adiantou, referindo que os procedimentos para esta intervenção iniciaram já o ano passado.
Entretanto, alguns presidentes de Junta presentes na apresentação do projeto lamentaram o facto de muitos proprietários confinantes com rios e ribeiras não procederem a qualquer tipo de limpeza.
“Não tiram uma pedra, uma silva, é tudo para cima das juntas”, frisou Joaquim Mónico, da Caranguejeira, esperando que esta ação contribua para sensibilizar e incentivar os proprietários a assumir alguma responsabilidade.
(Notícia publicada na edição de 10 de agosto de 2012)
MR
Rui Morgado disse:
Olá a todos, tenho 36 anos sou do detrito de Leiria,vivo na Suiça. Aqui onde a limpeza das linhas de água se realiza todos os anos, o respeito pela natureza esta a cima de tudo e todos!!! Uma palavra de orgulho para com os que partilham esta boa iniciativa, parabéns pelo esforço.Que nem sempre é fácil!!!!! de se lançar mãos a obra ,e que finalmente ao fim de algum longos anos se torna possível…. .Os meus pais e avós falavam em tempos dos guarda-rios .Pessoas essas que controlavam a limpeza das margens dos mesmos com os proprietários confinantes,e hoje que controla?????? Está na hora de lançarmos mãos-a-obra na limpeza das linhas de água como das matas e florestas um valar que é de todos!!!
rleiria disse:
Boa tarde Rui Morgado. Gostávamos de entrar em contacto consigo. É possível enviar-nos o seu e-mail para redacao@www2.regiaodeleiria.pt, por favor? Obrigado.
Cid disse:
Bem hajam…estou muito satisfeita com a iniciativa