O desafio foi lançado há 32 anos e, até hoje, o encontro anual do Sporting Clube de Portugal, apelidado “Rugidos de Leão”, nunca mais parou.
Anualmente, mais de 1.200 pessoas, adeptos sportinguistas de todas as idades e profissões, juntam-se na Aldeia de Santo Antão, na Batalha, para celebrar a paixão pelo clube. Este ano não foi exceção.
Américo Vieira já perdeu a conta ao número de vezes que participou. Acompanhado pela família e amigos, gosta do convívio que existe no “Rugidos de Leão” e aproveita a ocasião para chegar mais próximo dos atletas e funcionários do clube. “É o meu clube, o clube do meu coração”, diz.
E se alguns são presença assídua, outros nem tanto. Francisco Marto, de Fátima, foi ao jantar pela segunda vez. A “estreia” aconteceu há muitos anos, antes de emigrar. Este ano regressou a convite de um amigo. E já tomou a decisão: “Agora vou vir sempre”.
Aliás, este não é o único sítio onde vai ser presença habitual. Desde 6 de agosto de 2003, altura em que o Estádio José Alvalade foi inaugurado, até hoje, Francisco Marto só falhou cinco jogos. “Não foram jogos muito importantes”, enaltece, satisfeito pela sua opção.
No entanto, o momento alto da noite ficou reservado para um telefonema. De Madrid, nas vésperas do jogo com o Atlético de Bilbau, Cristiano Ronaldo falou aos sportinguistas presentes na Batalha e afirmou sentir um carinho especial pelo momento. “É um orgulho, sendo sportinguista. Fui sempre muito bem recebido e acarinhado”, disse.
Raul Castro destaca-o, a par da homenagem aos atletas e funcionários, como o momento da noite. “A particularidade da chamada de Cristiano Ronaldo trouxe um brilho à festa. As pessoas gostaram e manifestaram-no entusiasticamente”, salienta o autarca de Leiria, presença frequente no jantar desde 1990.
Mas a edição 32 na passada sexta-feira tem algo em comum com a primeira, em 1981: Bernardes Dinis. O “homem forte” do Museu do Sporting, em Leiria, é o único elemento que se mantém na organização do jantar. A ele, juntaram-se, este ano e pela primeira vez, mais sete “amigos do museu”.
“Em 32 anos, vivi muitas crises desportivas e diretivas e muitas outras vão vir. Fazem parte da vida de um clube, mas a pujança do Sporting vê-se nestes jantares. Esgotou, apesar da crise no país, da crise de dinheiro e da crise de resultados. Há crise em tudo, mas não na militância, paixão e calor humano que os adeptos sportinguistas sentem pelo seu clube”, entende o diretor do museu, há mais de 50 anos ligado ao clube.
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Leia o texto na íntegra na edição de 23 de novembro.
Marina Guerra
marina.guerra@regiaodeleiria.pt