Uma bancada dupla coberta com 600 lugares, balneários, salas de direção e um campo de futebol 7 são os desejos do Grupo Desportivo Guiense para o ano de 2013. O Natal e os votos de bom ano novo ainda vêm longe, mas o clube espera receber o presente no almoço-convívio que assinala os 38 anos de filiação na Associação de Futebol de Leiria (AFL).
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Não se trata de um capricho, defende, Carlos Mota de Carvalho, presidente da direção do clube, há 12 anos em funções. É antes uma forma de agradecer e permitir que adeptos, atletas e familiares continuem a acompanhar as atividades do clube.
Com mais de 200 jogadores inscritos na AFL, distribuídos por 14 equipas, há dias em que o campo de jogo é pequeno para tantos. Chega a ser dividido em seis partes, pouco mais de 15 metros quadrados, para que todos corram atrás da bola. Pelo que um campo de futebol 7 vinha a calhar.
O terreno foi doado por privados e fica paralelo ao Campo das Cabecinhas.
E os balneários? São dois. Um aperta-se aqui, o outro ali, mais minuto ou menos minuto, todos acabam equipados. “Há seis anos, colocámos o relvado sintético e apostámos na formação. Surgiu uma visão diferente da importância do desporto. Antes, os pais levavam os filhos à catequese, à música e à piscina, e o futebol não era entendido como uma atividade com a mesma dimensão. Agora os pais apostam na prática desportiva e acompanham os filhos, as equipas e o clube cresceu”, refere.
O projeto de ampliação de infraestruturas existe há três anos. A falta de verbas adiou a intenção mas no último ano tomou proporções mais sérias.
No almoço-convívio de 2011, a direção apresentou o dossiê ao presidente da Câmara de Pombal. Foram acrescentados uns documentos, esclarecidas questões técnicas e pensadas algumas soluções de financiamento, remando contra a maré, ou seja, a situação económica e financeira do país.
“Acreditamos que uma candidatura conjunta a fundos comunitários pode tornar o nosso projeto realidade e até estamos dispostos, tal como foi feito com outros recintos desportivos, a passar os terrenos do complexo desportivo para a autarquia, para facilitar a candidatura”, considera Mota de Carvalho.
Orçada em 400 mil euros, a obra deverá ser executada por fases e o presidente gostava que a primeira arrancasse em 2013. “Se recebermos luz verde da Câmara [de Pombal] seria …”, deixa adivinhar, com um sorriso algo envergonhado.
Fernando Parreira, vereador do Desporto da Câmara de Pombal, afirma que o projeto “é ambicioso” e a conjuntura económica “não está favorável”, mas o dossiê está a ser analisado.
Com experiências na III divisão nacional e duas idas recentes à supertaça distrital, o clube apostou, esta época, na prata da casa. Inverteu a tendência de contratar os melhores da competição e apostou em jovens formados no clube. “O futuro é esse. Tudo aumentou: inscrições, seguros, combustíveis,… Estamos cientes da aposta e conhecemos as consequências”, diz, referindo-se ao lugar pelo meio da tabela que atualmente ocupa. “Fomos convidados a subir à III divisão nacional e preferimos não subir. Queremos fazer um campeonato digno, ficar na honra [distrital] e chegar à final da taça”, esclarece.
Marina Guerra (textos)
marina.guerra@regiaodeleiria.pt
Joaquim Dâmaso (fotografia)
joaquim.damaso@regiaodeleiria.pt