Os “excelentes resultados” registados na Escola Secundária Domingos Sequeira e no Agrupamento de Escolas José Saraiva podem estar em perigo com a decisão de agregação de ambos por parte do Ministério de Educação (ME), considera a Câmara Municipal de Leiria.
O município enviou hoje, 7 de fevereiro, um ofício ao ME contestando aquela intenção. Em comunicado, a autarquia considera que a agregação “prejudica os interesses educativos das famílias do concelho e hipoteca as expetativas futuras dos alunos”, prometendo “analisar juridicamente o caso, para tentar impedir a constituição do novo agrupamento”.
“Manifestamos a nossa profunda preocupação por poderem ser colocados em causa os excelentes resultados alcançados até agora, em ambos os estabelecimentos de ensino, e considerando o elevado número de turmas e inexistência de professores em horário zero, não se vislumbrando qualquer redução de custos”, argumenta a Câmara de Leiria.
No documento enviado ao ministério, o vereador da Educação, Gonçalo Lopes, lamenta que tenha sido “ignorada a proposta apresentada de criação de uma rede de escolas e de agrupamentos de escolas do concelho, com o objetivo de garantir a qualidade de ensino, a partilha de recursos e a racionalização dos custos”.
No ofício, o ME é acusado de “total desrespeito pelos intervenientes no processo educativo”, uma vez que foi solicitada uma audiência ao Secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, no dia 27 de dezembro de 2012, para que o município de Leiria e representantes das escolas pudessem apresentar um projeto considerado “inovador de consolidação da rede escolar do concelho”. Até à data, contudo, não houve “qualquer resposta”.
A decisão de contestar a agregação da Escola Secundária Domingos Sequeira e no Agrupamento de Escolas José Saraiva foi analisada terça-feira em reunião de Câmara de Leiria, sendo chumbada pelos vereadores do PSD e pela vereadora independente, Blandina Oliveira.
A oposição social-democrata adiantou não discordar do documento na sua essência mas da linguagem e da forma como foi redigido. Blandina Oliveira colocou também em causa o facto de o ofício traduzir a posição do vereador da Educação e não do órgão “Câmara”, reproduzindo em parte um comunicado apresentado por Gonçalo Lopes na anterior reunião do executivo. O comunicado havia sido retirado da ordem de trabalhos por falta de consenso quando à forma em que foi submetido à apreciação.