Mais de duas centenas de pessoas, de diferentes nacionalidades, responderam ao convite da Associação Fazer Avançar (AFA) e da Fundação EDP e participaram na I Feira Multicultural e Gastronómica de Leiria. O encontro, com jogos, música e muita comida, aconteceu no passado sábado passado, dia 9, no paço real do castelo, com o apoio da Câmara Municipal.
“Queremos que as pessoas se conheçam umas às outras, falem, que vão para além da gastronomia, conheçam as famílias, percebam como é que uns e outros veem as suas culturas”, disse ao REGIÃO DE LEIRIA Hugo Menino Aguiar, presidente da AFA.
Aproximar culturas e nacionalidades é a forma como a associação se propõe combater a violência, os estigmas, o desemprego e outros problemas sociais. Para o efeito, desenvolve vários projetos – entre os quais se inclui uma escola de línguas low cost – que têm derrubado barreiras linguísticas e gerar oportunidades de encontro e partilha.
Continua a ser necessário bater na tecla da aproximação cultural, confirma Hugo Aguiar. “O ideal é deixarmos de fazer isso e a nossa intervenção ser obsoleta, mas por enquanto não é. As pessoas de culturas e comunidades diferentes continuam a isolar-se e a fechar-se”, justifica.
“Isolar-se” é um termo estranho a Olesia Asauliak: “vou a quase todas as festas que a AFA faz”, confessa. Olesia, uma ucraniana que trocou a Moldávia por Portugal já lá vão oito anos, afirma gostar muito do convívio, “para mostrar a nossa tradição, a nossa comunidade e para estarmos ligados uns aos outros”. Reconhece que a AFA tem feito muito pela sua integração e conta que graças à associação nunca se sente sozinha, “parece a minha família”.
Sozinhos também não se sentem Fatima Ammar Elheshiri e David Sani. Ela, líbia, e ele, guineense, vieram do Egito, onde residiam, empurrados pela Primavera Árabe. “Não se pode viver sozinho”, refere Fatima. “Quando nos relacionamos com pessoas de outras culturas, podemos obter algo delas e elas podem obter algo de nós e a partir daqui podemos fazer algo juntos”, completa.
Esta não é a primeira vez que o casal participa em iniciativas multiculturais. “São necessárias”, sublinha David que, em Portugal, no entanto, diz não ter sentido dificuldades de integração. “No dia-a-dia nunca senti discriminação”, corrobora Fatima, “as pessoas são amistosas”.