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Terapia Assistida com Animais revela ser o melhor tratamento

Há quem pense que um animal de estimação serve apenas para fazer companhia. Mas Hoshi, adotada na associação Desprotegidos, tornou-se “peça” fundamental no projeto terapêutico de Rita Henriques.

Há quem pense que um animal de estimação serve apenas para fazer companhia, mas Hoshi é um exemplo de que um cão pode ser muito mais. Adotada no verão de 2012 na associação Desprotegidos, em Pousos, Leiria, a cadela tornou-se “peça” fundamental no projeto terapêutico que Rita Henriques pretende desenvolver.

Hoshi foi adotada na associação Desprotegidos e integra a “equipa” com Rita Henriques e Luís Trindade (fotografia: Joaquim Dâmaso)

Estudante de Psicologia, Rita encontrou em Hoshi o caminho para juntar duas áreas: animais e terapia para cidadãos com perturbações mentais. Foi assim que contactou com a Terapia Assistida com Animais (TAA) – um processo terapêutico no qual o animal é parte integrante. As sessões, planeadas e analisadas em conjunto por um profissional de saúde, juntam o animal e o utente e promovem o contacto, permitindo melhorar o estado físico, social e emocional do paciente.

Com esse objetivo, no âmbito de um trabalho curricular, Rita desenvolveu algumas sessões numa instituição leiriense e os resultados, conta, foram quase imediatos. “A ideia é que os utentes se aproximem e toquem no animal. E isso foi conseguido”, explica. A presença do animal facilita a reação e a comunicação do utente, contraria a rigidez muscular e liberta emoções. Mas realça: “os resultados não são permanentes, mas são imediatos”.

Em Leiria, a técnica é praticamente desconhecida. Rita Henriques e o namorado, Luís Trindade, querem adquirir a certificação no próximo ano para iniciar funções. “Por agora, só podemos fazer atividades lúdicas, mais para descontração e contacto do que com fins terapêuticos”. Daí que as visitas ao lar onde está o avô de Luís sejam feitas na companhia de cães.

Apesar de cumprir as funções na perfeição, Hoshi, uma cadela com um ano e rafeira, não integra o modelo para TAA. Regra geral, deve ser um labrador, raça com uma personalidade calma e pachorrenta, que aceita o toque. No entanto, há quem recorra a gatos ou coelhos e aplique em diferentes patologias: mobilidade reduzida, sintomas de depressão, doenças terminais, vítimas de trauma ou idosos.

Utilizada com frequência no estrangeiro, Rita Henriques espera que a TAA ganhe força em Portugal e espera pela certificação para poder exercer. “Gostava que fosse cada vez mais a terapia a utilizar para quem tem dificuldade em expressar emoções ou ultrapassar um trauma”. Até lá, o trabalho passa por motivar e trabalhar a Hoshi no relacionamento com os humanos.

Marina Guerra (texto)
marina.guerra@regiaodeleiria.pt
Joaquim Dâmaso (fotografia)
joaquim.damaso@regiaodeleiria.pt 


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