“Era uma vez” o mais antigo festival de tunas de Leiria… Sabe qual é? O Real FesTA é organizado pela Tum’Acanénica há 16 anos e está de regresso esta sexta-feira. Em 2013, o tema é “Era uma vez…”: as trovas e serenatas dos 250 participantes vão inspirar-se em personagens de histórias infantis.
A música de tradição académica tem crescido na região. Além do Real FesTA, há o FITUMIS – Festival Internacional de Tunas Mistas, da Instituna, o Collippo – Festival de Tunas Masculinas, da Trovantina, e o Saca-Rolhas, da TAIL. A sul, em Peniche, este ano ouve-se mais um EntreMAres, da A_MarTuna.
Como todos os contos de fadas, também a história das nossas tunas tem bruxas más. Os grupos e os festivais crescem, mas a magister da Tum’Acanénica, Maria Gaspar, nota que se mantém o preconceito: “Um festival destas dimensões demora meses a organizar, há muitas coisas a preparar e responsabilidades a ter. As pessoas normalmente não têm noção disso, nem dão valor. Algumas basta ouvirem-nos dizer ‘Olá, somos de uma tuna’ e simplesmente não querem saber. Menosprezam”.
As dificuldades registam-se também ao nível da participação nos eventos, refere Sintia Martins, presidente da Instituna. “Sem sombra de dúvida são os estudantes os que mais participam. Se não são estudantes, são familiares ou conhecidos”. A esse respeito, Maria Gaspar diz que há quem critique sem conhecimento de causa. “Não se pode falar de saturação das pessoas sobre algo que não conhecem. [Sem ir a um] Ninguém imagina como é na realidade um festival de tunas”.
Outro problema com que se debatem as tunas é a mobilização. “Algumas estão a sofrer com a falta de renovação de gerações, e nem todos [os tunos] conseguem ficar para sempre”, frisa Maria Gaspar.
Apesar dos obstáculos, tal como no final dos contos de fadas, as tunas garantem viver “felizes para sempre”. “A população gosta de um momento de alegria, uma canção cantada nas ruas, as serenatas feitas às donzelas!”, refere Sintia Martins, acreditando que as pessoas recordam com bastante carinho qualquer tuna, qualquer estudante vestido de preto e com instrumento a tira-colo”.
As seis tunas de Leiria
Instituna (IPLeiria)
A mais antiga tuna de Leiria surgiu a 11 de maio de 1993 como resposta à inexistência de vida académica na cidade. Desde 1994 já gravaram quatro trabalhos, o último, em 2008, intitulado “Segredos de Leiria”. A tuna, mista, é responsável pelo festival FITUMIS, que este ano se realiza nos dias 10 e 11 de maio, pela primeira vez no Castelo de Leiria (habitualmente é no Castelo de Porto de Mós). Foi galardoada pela ESTG-IPLeiria com a medalha Representação Internacional. Já realizou digressões internacionais a França, Suíça, Bélgica, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Itália, Espanha, Áustria e Liechtenstein.
Contactos: instituna@gmail.com; https://www.facebook.com/Instituna?fref=ts; http://sites.ipleiria.pt/instituna/
Tum’Acanénica (ESECS)
Sob a proteção do deus Baco, os tunos usam canecas e garrafão. Já os caloiros, ou “vinhateiros”, partilham a caneca furada até serem tunos e, com os seus trajes, representam os que regam, colhem, pisam, bebem e veneram a videira e o vinho. Com 80 elementos, esta tuna mista surgiu a 13 de maio de 1995 e destaca-se pela organização do Real FesTA. Este ano, o festival realiza-se entre 12 e 14 de abril, contando com as tunas Enftuna (Portalegre), Escstunis, ArquitecTuna e Tuna Económica (Lisboa). Extra-concurso atuam a Augustuna (Minho) e Tum’Acanénica. O concurso está marcado para as 21h30 de sábado, no Teatro José Lúcio da Silva. D.Dinis, o Rei Trovador, com o seu espírito inovador e poético, alimenta e serve de inspiração e modelo à Tum’Acanénica.
Contactos: tumacanenica@gmail.com; http://www.tumacanenica.net/index.php; https://www.facebook.com/tumacanenica?fref=ts
Trovantina (IPLeiria)
A junção da Gran Tuna e da Real Tuna do Collipo deu origem à Trovantina a 6 de abril de 1999. Os seus 30 elementos recuperam temas de artistas portugueses como “Maria Lisboa”, de Amália Rodrigues, ou “Cantigas de Maio”, de Zeca Afonso. A tuna masculina organiza o festival Collipo e já recebeu diversos prémios:melhor porta-estandarte em Santarém; melhor tuna, melhor porta-estandarte e melhor instrumental no Bocage, em Setúbal; melhor pandeiretas em Tomar, melhor tuna, melhor solista, melhor instrumental e tuna mais tuna no Fespinh,a em Proença-a-Nova; melhor instrumental e melhor tuna em Ansião, entre outros. No futuro, a Trovantina deseja partir numa “tour” ibérica.
Contacto: trovantina@gmail.com; https://www.facebook.com/trovantina?viewer_id=0
TAIL (ISLA Leiria)
Suspenderam a atividade em 1999 mas regressaram aos ensaios em 2004. Os 25 estudantes e licenciados desta tuna mista são quem organiza o Festival Saca-Rolhas e o encontro “Tunas In Rio”, em Ferreira do Zêzere. A escolha do saca-rolhas como seu símbolo do festival acontece não só pelo vinho, mas também pela demora da “rolha” em sair do garrafão, um pouco à imagem da história da TAIL, criada e mantida pela dedicação dos seus elementos.
Contactos: tmtail@gmail.com; http://tmtail.blogspot.pt/; https://www.facebook.com/tunaacademica.islaleiria
A_MarTuna (ESTM Peniche)
O encontro de tunas “EntreMares”, a caminho da segunda edição, dá a conhecer Peniche com um passa-calles. A tuna é mista, nasceu a 30 de outubro de 2006 e tem 34 elementos.
Contactos:amartuna@gmail.com; https://www.facebook.com/pages/A_marTuna/195860520460240?fref=ts; http://www.amartuna.com/
Higiatuna (ESSLei)
Os caloiros vestem camisa e meias brancas e calções e sabrinas pretas, traje inspirado no que vestia Luís Vaz de Camões. Iniciada a 1 de junho de 2009, a tuna feminina é a mais recente das tunas da cidade. “Higéia”, da mitologia grega, inspira o nome da tuna, constituída por elementos de todos os cursos da Escola Superior de Saúde de Leiria.
Contactos: higiatuna@gmail.com: https://www.facebook.com/pages/Higiatuna/113095468706850
Vera Pereira
vera.pereira@regiaodeleiria.pt
Alexandre Franco disse:
Sabemos que a Lusa Can Tuna da Universidade de Toronto partiu hoje com destino a Leiria para participar num Festival de Tunas. Será que alguém nos poderá dar pormenores?
Desde já os nossos agradecimentos.