Têm a forma de vela, cor azulada e longos tentáculos. A physalia physalis, também conhecida como “caravela portuguesa”, é uma hidromedusa que, em contacto, liberta um “veneno”. Recentemente algumas espécies foram avistadas em praias da região. Contudo, a Capitania do Porto da Nazaré desconhece a sua presença.
Cátia Silva, da Marinha Grande, avistou duas (uma delas é a que está na foto) na Praia Velha, em São Pedro de Moel, e outras na praia de Paredes da Vitória, em abril.
“Não lhes toquei. Estavam a dois metros da água e como sabia que não se deve mexer, apenas tirei a fotografia para partilhar na internet”, explica. A divulgação valeu-lhe mais de 19 mil partilhas no Facebook e duas centenas de comentários. “Nunca me passou pela cabeça que o assunto fosse tão falado. Várias pessoas disseram que também já tinham visto na nossa costa”, conta.
Oficialmente, a Capitania do Porto da Nazaré não tem conhecimento da presença das caravelas na região. “Normalmente, são espécies que aparecem em praias com águas mais quentes – sobretudo na costa algarvia. Não é muito frequente na nossa costa. Sei que na Capitania de Peniche existem alguns relatos, mas na Nazaré ainda não registámos casos”, refere o comandante Lourenço Gorricha, que apela ao aviso às entidades oficiais caso sejam avistadas algumas espécies.
Possuidores de longos tentáculos, com filamentos urticantes, estes animais libertam um “veneno”, quando entram em contacto, causando uma dor intensa e instantânea e irritações cutâneas, mesmo que se encontrem fora de água ou mortos.
Em caso de contacto físico, a Marinha Portuguesa aconselha “a colocação de compressas de água do mar, gelada, e vinagre, por períodos de 10-20 minutos, para alívio da dor”. Não deve utilizar água doce ou álcool, pois provoca um aumento da libertação do veneno. E também não deve esfregar a área, mas apenas retirar os tentáculos ou partes da matéria ainda coladas à pele.
O manuseamento deste tipo de espécie marinha deve ser feito de forma indireta (luvas de proteção grossas, varas, camaroeiros,…). Deve ser sempre evitado o contacto direto, mesmo quando se encontrem no areal, pois a toxina permanece ativa ainda que o animal fique exposto ao sol durante várias horas, revela a Marinha.
Marina Guerra
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