“Mente-me e seremos mais felizes” é o novo livro de Paulo Kellerman em formato digital. O e-book, que desta vez não é oferecido no site do REGIÃO DE LEIRIA, é “um ato de resistência, uma recusa em ceder à lamúria e ao conformismo”.
O que é “Mente-me e seremos mais felizes”?
Uma provocação.
Este é o seu primeiro ebook pago. O que levou a esta opção? E está a resultar?
Este ebook é editado através de uma plataforma de edição que recorre a uma rede internacional de distribuição bastante impressionante [LeyaOnline, Amazon, Apple Store, Barnes & Noble, Fnac.pt, Gato Kobo, Wook, entre outras]; quis experimentar essa rede e perceber o seu funcionamento. Mas a rede em si não garante o sucesso, pelo que não conto enriquecer.
Nos últimos tempos tem exercitado a escrita numa espécie de “ginásio de criatividade”, em ebooks que reúnem colaborações várias e múltiplos conceitos. Porquê o regresso ao “ebook clássico”?
Foi um regresso forçado. As experiências em formato ebook sempre funcionaram muito bem em complemento aos meus livros tradicionais. Acontece que neste momento não foi possível editar o projeto como livro, sendo esta uma das alternativas possíveis. Haveria outras, como por exemplo o financiamento através de crowdfunding, a que conto recorrer para um qualquer projeto futuro. Ou pura e simplesmente ficar quieto e não fazer nada, o que não me pareceu grande ideia; nesse sentido, a edição deste ebook também acaba por ser um acto de resistência, uma recusa em ceder à lamúria e ao conformismo.
“Toda a gente sabe que o facebook é uma treta” – é o título de uma das estórias -, mas até que ponto isso interfere nas relações?
Duvido que o facebook perturbe relações que não estivessem à partida condenadas por quaisquer outras circunstâncias. O facebook poderá ser, no máximo, uma espécie de catalisador, potencializando roturas latentes. Contundo, esse conto em particular não tem tanto a ver com os perigos para as relações mas com algo mais perturbante: a ilusão de que a solidão das vidas quotidianas poderá ser atenuada por amizades exclusivamente virtuais.
O que se segue a “Mente-me e seremos mais felizes”?
Se fosse um disco, diria: segue-se a digressão. Talvez haja um livro. Ando ocupado com diversos projetos de escrita, incluindo a dinamização de algumas iniciativas literárias para a Preguiça Magazine. Há também um projecto cinematográfico com o Bruno Carnide, que me anda a deixar muito entusiasmado. E irei certamente regressar aos ebooks colaborativos com artistas ligados à imagem, em pareceria com o Região de Leiria.