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Atletismo

Paulo Reis é o responsável técnico de Portugal para o Mundial de atletismo

O técnico da Juventude Vidigalense acredita que a capacidade de liderança, organização e planificação tiveram um papel preponderante na escolha.

A nomeação foi recebida pelo técnico como uma “surpresa agradável”. Paulo Reis, treinador da Juventude Vidigalense, foi nomeado responsável técnico da seleção nacional para o Mundial de Moscovo, em agosto.

Paulo Reis (foto: Joaquim Dâmaso)

Foi na terra que o viu nascer, o Vidigal, localidade da freguesia de Pousos, Leiria, que nasceu a sua paixão pelo atletismo. Ainda jovem, com mais dois amigos, pegou na bicicleta e veio até Leiria participar numa prova de estrada que integrava as celebrações do Centro Comercial Maringá. “A que clube pertencem?” “Não tínhamos clube e dissemos Juventude Vidigalense (JV) e ficou”, conta Paulo Reis. Nascia assim aquela que, mais de 20 anos depois, é a terceira potência do atletismo no país.

Além de fundador e treinador da JV, Paulo Reis, de 40 anos, é ainda técnico nacional de lançamentos, desde 2007, acompanhando de perto as atletas olímpicas Vânia Silva (martelo) e Irina Rodrigues (disco) que já garantiu os mínimos para o Mundial de Moscovo.

“Não estava propriamente a contar ser nomeado para a equipa sénior. Não o ambicionava a curto prazo e não estava nos meus horizontes, mas foi uma surpresa agradável”, conta ao REGIÃO DE LEIRIA. Acredita que a sua capacidade de liderança, organização e planificação tiveram um papel preponderante na escolha, tal como a experiência anterior com seleções nacionais juvenis, juniores e de sub-23.

Até 10 de agosto, data em que começa a competição na Rússia, Paulo Reis não vai parar. Tem que acompanhar atletas selecionáveis, observar provas, falar com treinadores, programar viagens, alojamento e deslocações para o local das provas e elaborar a proposta final da seleção, que terá que ser aprovada pela Federação.

Já em Moscovo, o trabalho continua com o acompanhamento e motivação dos atletas, análise dos resultados e, no regresso, interpretação e elaboração do relatório. “É um trabalho técnico de organização, logística, liderança, mas também gestão temporal. É um papel desgastante mas desafiante”, diz, sabendo que a decisão final “nunca será do agrado de todos”.

Da primeira corrida que fez, sabe que não correu bem e “não estava preparado para correr melhor”. “Havia vontade e alegria e é isso que me dá prazer nesta nomeação. Há 20 anos, não imaginávamos que a JV estaria na alta-roda do atletismo e do reconhecimento. Do que me lembro, é a primeira vez que um técnico da equipa sénior pertence a um clube fora de Lisboa ou Porto”, salienta.

Marina Guerra
marina.guerra@regiaodeleiria.pt

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