Se é fã de anfíbios e pretende saber mais sobre as várias espécies de animais que tanto vivem na água como em terra, poderá encontrar algumas respostas a partir do dia 24 de agosto no Centro de Interpretação Ambiental de Leiria.
Tritões, salamandras, sapos e rãs vão estar patentes ao público durante um mês no âmbito da mostra “Anfíbios, uma pata na água, outra na terra”, organizada pelo CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto.
Além de animais vivos, exibidos em aquaterrários que recriam o seu habitat, os visitantes poderão obter informações sobre a origem, biologia, importância ecológica, ameaças e necessidades de conservação de anfíbios, com especial destaque para a situação em Portugal. Estarão ainda disponíveis jogos eletrónicos em computadores e atividades lúdicas (pinturas, origamis, colagens, etc.) para o público infantil e escolas.
Destinada a todo o tipo de público, a exposição tem ainda por objetivo acabar com alguns mitos, melhorar a imagem tradicional destes animais e incentivar a reflexão acerca dos impactos de gestos quotidianos sobre o ambiente e a biodiversidade.
“Acima de tudo queremos mudar mentalidades. Só com pessoas informadas podemos ter uma visão diferente destes animais”, declarou José Teixeira, coordenador da exposição e investigador do CIBIO à publicação online Ciência Hoje.
Desapareceram 200 espécies
Segundo o responsável, desapareceram nas últimas duas décadas cerca de 200 espécies de anfíbios. Além da destruição dos habitats, “particularmente grave porque são animais que têm dois tipos de ambientes (aquáticos e terrestres) e por isso muito sensíveis à alteração de habitats”, José Teixeira esclarece que algumas doenças estão a arrasar espécies e populações por todo o mundo. As mais afetadas encontram-se nos trópicos mas “o fungo cítrico já existe em toda a Europa, nas zonas montanhosas da Península Ibérica e já se verificou mortalidade na Serra da Estrela. É preocupante”, lamentou o investigador.
Pequenas poças de água, tanques, poços e charcos são habitats tradicionais para esses animais, embora as pessoas não tenham a noção de que são muito importantes para este tipo de fauna. Limpar frequentemente estes habitats também não é solução, para não retirar os ovos e as larvas.