Bastou um dia para o mar “engolir” a praia Norte da Praia do Pedrógão, em Leiria, e provocar danos. Além do areal, parte do passadiço que dá acesso à praia desapareceu e o muro do paredão abriu extensas fissuras.
Alguns moradores temem que as marés vivas, registadas desde ontem, provoquem mais prejuízos e ponham em causa a segurança de pessoas e bens.
Em 62 anos, “não me lembro de tal coisa”, adianta Encarnação Quiaios, natural e residente na Praia do Pedrógão. “Antigamente, noutro tempo, não havia barreiras e o mar, no inverno, batia por vezes na muralha, mas nada como isto”, acrescenta.
Ventura Tomaz, presidente da Junta de Freguesia do Coimbrão, revelou ao REGIÃO DE LEIRIA a intenção de reportar a situação à Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Segundo o autarca, as marés vivas, habitualmente “expectáveis” lá para outubro, “vieram mais cedo”.
Quanto aos danos provocados pela erosão e o avanço do mar no Pedrógão, “a tendência é agravar-se se não se fizer nada a montante”, sublinha, lembrando os vários alertas enviados à tutela. ´
A APA (ex-Administração da Região Hidrográfica do Centro) “vai ter que intervir e mais rapidamente do que seria previsível”, defende ainda Ventura Tomaz. “Já passou o tempo da observação, este processo carece de ação”, concluiu.
Martine Rainho
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Joaquim Dâmaso (fotografia)
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