Rui Lisboa da Fonseca, 50 anos, foi eleito presidente da União de Leiria com 61 votos. Evita falar do passado, quer chamar os leirienses ao estádio e subir ao mais alto escalão da competição nacional
REGIÃO DE LEIRIA -Como surge o convite para a presidência da União de Leiria (UDL)?
Rui Lisboa da Fonseca – Sou sócio da União há alguns anos e gosto de vir ao futebol. Esta ligação surge com o objetivo de devolver o clube à cidade, que tem estado de costas voltadas, mas Leiria é uma zona com muitas empresas e, é possível, com algumas ações e iniciativas, encher o estádio. Temos população para isso e temos empresas que podem suportar uma equipa na Honra ou na I Divisão.
RL – Tem a ambição de encher as bancadas com leirienses?
RFL – Sem ambição não valia a pena. Sim, tenho essa ambição.
RL – Que objetivos pretende desenvolver enquanto presidente do clube?
RFL – Pretendemos fazer ações de marketing para devolver o clube à cidade e aos sócios. Vamos criar o “clube do empresário”, para que todos os empresários locais se mostrem e colaborem, e existam sinergias entre as empresas da região para potencializar os negócios entre elas. Se criarmos um convívio entre os empresários, eles também contribuirão para a UDL e facilmente conseguiremos solidez económica para pensar noutros voos.
RL – Chega à presidência numa época em que o clube era para jogar na Honra distrital. Está no Campeonato Nacional de Seniores. Para quando a União de Leiria no futebol profissional?
RLF – Não vai depender de mim. Vai depender essencialmente da resposta que os empresários derem às ações que vamos propor. Se disserem “presente”, pode acontecer já na próxima época.
RL -Os primeiros resultados estão a aparecer…
RLF -Sabemos que antigamente havia alguns anticorpos com anteriores direções. Penso que isso neste momento não existe. Pedimos a comparência de todos os leirienses e sócios para que possamos ter aqui grandes jogos de futebol. Com o estádio cheio.
RL -O nome de João Bartolomeu está diretamente ligado à União de leiria…
RLF -Não comento o passado, não me compete fazê-lo. A população tem a sua opinião e não me compete estar a julgar outros presidentes. Amanhã, julgar-me-ão a mim. Ninguém consegue fazer tudo bem. A UDL esteve muitos anos na I divisão, deu muitas alegrias aos sócios, é um clube conhecido nacionalmente, mas também em África, por exemplo. A UDL é um clube que tem um nome que temos que honrar, respeitar e tentar privilegiar dentro daquilo que está ao nosso alcance.
RL – Já sente pelo ambiente que se vive nas bancadas que a UDL voltou à cidade?
RLF -Sinto isso nas pessoas. Quando falo com alguém, no dia-a-dia, sinto que há alguma recetividade. O virar da página e o facto de termos militado numa distrital mostrou uma humildade muito grande por parte do clube e as pessoas estão recetivas a ajudar. Sabemos que a situação económica não favorece, mas com todas as ajudas vamos criar um apoio que nos permita fazer um orçamento sem sobressaltos e sem problemas financeiros.
(entrevista publicada na edição em papel a 3 de outubro de 2013)
Marina Guerra
marina.guerra@regiaodeleiria.pt